segunda-feira, 26 de agosto de 2013

LIÇÃO 9 CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO


LIÇÃO 09 – CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO - 3º TRIM/2013
(Fp 3.17-21)
INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o termo “confrontar”. Veremos também, a importância de estarmos preparados para defender a nossa fé com “mansidão e respeito” (I Pe 3.15). Destacaremos quem eram os “inimigos da cruz” de quem se refere o apóstolo Paulo e quais eram as características que identificavam estes tais, como opositores do verdadeiro evangelho. Por fim, pontuaremos o que significa ser inimigo da cruz a fim de que possamos hoje distinguir estes hereges e assim “batalharmos pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 1.3).
I - DEFINIÇÃO DO TERMO “CONFRONTAR”
O Aurélio define a palavra “confrontar” como: “pôr frente a frente”. Já a expressão “confronto” por sua vez significa: “ato ou efeito de confrontar. Paralelo, comparação”. O sentido é de comparar a tradução com o original para verificar se estava fiel. Na Teologia, a prática de defender a fé é chamada de “apologia”. Em si esta palavra também significa “confrontar”, visto que o sentido é de “comparar a interpretação bíblica com o seu sentido original”. O Dicionário Teológico de Claudionor de Andrade define a apologia da fé cristã como a ciência que tem por objetivo defender as verdades centrais da fé cristã, mostrando, de forma sistemática, racional e lógica, a veracidade, a singularidade, a supremacia e a origem divina das Sagradas Escrituras como a Palavra de Deus e como a nossa única regra de fé e prática (CLAUDIONOR, 2006, p. 56). O apóstolo Pedro exorta-nos dizendo “estai sempre PREPARADOS para RESPONDER com MANSIDÃO e TEMOR a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pe 3.15-b).
II - O QUE SIGNIFICA SER INIMIGO DA CRUZ
As palavras do apóstolo definem estes homens hereges como “inimigos da cruz de Cristo”. Esta acusação feita por Paulo indica a corrupção tanto de doutrinas como da prática diária. Eles interpretavam mal a liberdade cristã, considerando-a liberdade de toda restrição moral (Rm 6.1). Isto significa dizer que, um grupo desses gentios libertinos não eram diretamente opositores da pessoa de Cristo, e sim, das doutrinas que ensinavam os cristãos a terem uma vida piedosa. Portanto, “ser inimigo da cruz”, significa querer um cristianismo sem três coisas fundamentais exigidas pelo próprio Jesus, àqueles que querem segui-lo (Mt 16.24,25).
· Renúncia. “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo” (Mt 16.24-a). Os gnósticos libertinos desejavam conciliar seguir a Cristo e viver segundo os prazeres carnais. Mas, ser cristão é estar disposto a renunciar as obras da carne para viver uma vida no Espírito (Rm 6.12-19; 8.1,4; I Pe 1.13-16).
· Sacrifício. “tome sobre si a sua cruz” (Mt 16.24-b). De acordo com a Lei, ao sacrificar um animal, o sacerdote deveria matá-lo, cortá-lo em pedaços e colocar sobre o altar. Na perspectiva paulina, o culto cristão consiste em apresentar os nossos corpos em “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.2-b).
· Morte. “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á” (Mt 16.25). Essa morte a que Jesus se refere, pode ser tanto a morte do “eu” quanto, se preciso for, por causa da lealdade a Cristo, sofrer o martírio (Lc 14.26; Gl 2.20; Ap 2.10). O batismo nas águas, uma das ordenanças de Cristo, é um símbolo da morte e ressurreição que cada discípulo se submete numa confissão pública de fé da parte daquele que está disposto “a morrer para o mundo e viver para Deus” (Rm 6.4; Cl 2.12).
III - QUEM ERAM OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO EM FILIPOS
3.1 “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando” (Fp 3.18-a). Segundo Paulo eram muitosaqueles que procuravam perverter o evangelho. Deve-se ressaltar também que esses “inimigos da cruz” eram crentes professos que viviam no seio da igreja. A Bíblia na versão ARA (Almeida Revista e Atualizada) traduz (Fp 3.18-a) da seguinte forma: “Pois muitos andam entre nós”Pela palavras do apóstolo, percebemos que ele já havia advertido os crentes filipenses a respeito desses homens que propagavam heresias “dos quais muitas vezes vos disse” (Fp 3.18-b). Infelizmente, tanto externa quanto internamente se levantariam hereges que iriam tentar desfocar o rebanho com interpretações errôneas do evangelho. Isto fazia o apóstolo Paulo derramar lágrimas pelo cuidado que tinha com a Igreja de Deus “e agora também digo, chorando” (Fp 3.18-c). Confira também (At 20.31).
3.2 “Que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18)Dois grupos se pessoas se destacam aqui como os “inimigos da cruz de Cristo” os judaizantes e os gentios gnósticos. Vejamos algumas informações sobre esses no que eles acreditavam:
3.2.1 Os judaizantes. Movimento surgido nas primeiras décadas da Igreja Cristã, cujo objetivo era forçar os crentes gentios a observar a Lei de Moisés, principalmente a Lei cerimonial, que incluía: a prática da circuncisão, a abstinência de alguns alimentos e a guarda do sábado e dias tidos como especiais (Cl 2.16-23). Por isso Paulo se refere a estes como:
“guardai-vos da circuncisão” (Fp 3.2-c). Na verdade, esse movimento pretendia reduzir o Cristianismo a uma mera seita judaica. Contra esta perspectiva errônea, Paulo se interpôs veementemente em suas cartas (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11; 3.24), mostrando que o verdadeiro sentido espiritual da circuncisão é o despojar-se (tirar de sobre si) da carne (Fp 3.3; Cl 2.11).
CIRCUNCISÃO NA CARNE                              
Ritual da Lei (Lv 12.3; Gl 5.3)                                                                                                                      
Involuntária (Gn 17.12-14)                                       
Ato físico e humano (Lv 12.3; Gn 17.11-a)
Simbolizava a separação do pecado (Gn 17.11-b)
Identidade do povo de Israel (Gn 17.10-14; Êx 12.44-49)
BATISMO ESPIRITUAL
Doutrina da graça (Rm 6.3-5)
Voluntário (Rm 4.11)                                                                            
Ato espiritual e divino (Cl 2.11)
Simboliza o sepultamento de uma criatura irregenerada e seu novo                                                                                   nascimento (Cl 2.12)
Identidade da Igreja de Cristo (Gl 6.15; Fp 3.3)
3.2.2 Os gnósticos. Uma heresia dos primórdios do cristianismo. O termo “gnose” do grego gnônis, significa:
“conhecimento, sabedoria”. Portanto, diz respeito a um “pretenso conhecimento da divindade que, esotericamente, se transmite através da tradição e mediante vários ritos de iniciação”Esse movimento surgiu a partir de filosofias pagãs mais antigas que o próprio cristianismo, que floresceram na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. Assim, o gnosticismo uniu a filosofia pagã com as doutrinas apostólicas do cristianismo, tornando-se uma forte influência na igreja. Vejamos os dois grupos gnósticos e seus pontos de vista e a perspectiva paulina quanto as suas doutrinas:
PONTOS DE VISTA DOS GNÓSTICOS X PERSPECTIVA PAULINA
1) A libertinagem exaltada. Certos mestres gnósticos ensinavam que “a libertinagem era a lei de Deus”. Como o corpo era mau, devia ser entregue desenfreadamente aos
seus desejos, pois isto não afetaria em nada o espírito.
Na visão de Paulo o homem é corpo, alma e espírito (I Ts 5.23). Logo, não há possibilidade de pecar com o corpo e não prejudicar o espírito (Rm 8.8; II Co 7.1). Ademais, o nosso corpo é templo e morada do Espírito Santo (I Co 6.19,20).
2) O ascetismo exaltado. Eles ensinavam que, por ser o corpo essencialmente mau, deveria ser tratado com severidade, regras rígidas, flagelamento, privações, isolamento, jejuns forçados, desprezo pelo casamento e pelo mundo material.
Para Paulo a salvação é pela graça independente das obras da Lei (Rm 3.28; Ef 2.8); De modo que apesar de ensinar os cristãos a viverem no Espírito, dominando a sua natureza caída (Rm 8.1;Gl 5.16), não lhes proibia casar para se satisfazerem sexualmente com o seu cônjuge (I Co 7.1-4,7,9). O apóstolo não ensinava que a vida do cristão deveria estar isolada do mundo (I Co 5.9-11; Fp 2.15).
IV – CARACTERÍSTICAS DOS INIMIGOS DA CRUZ
Paulo exortou os cristãos filipenses a seguirem seu exemplo e dos que procedem como ele (Fp 3.17). No entanto, a cerca dos hereges, Paulo cita as indicações de como eles agem, a fim de que aqueles servos de Deus soubessem fazer a diferença entre o verdadeiro e o falso. Eis algumas características dos inimigos da cruz: (1) “cujo Deus é o ventre” (Fp 3.19-b) - como podemos ver , seu deus, ou seja, o objeto supremo de sua preocupação, era o ventre. A referência não foi feita apenas à glutonaria, mas os excessos sexuais; (2) “e cuja glória é para confusão deles”(Fp 3.19-c) - A glória dessa gente não consiste de algum lugar nos lugares celestiais (Ef 1.3) e nem na cruz (Gl 6.14) tampouco de Cristo e de Deus Pai (I Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si mesmos, no seu próprio intelecto ou em alguma realização que consideram ser de extremado valor, mas que na opinião paulina “é para confusão deles”(3) “que só pensam nas coisas terrenas” (Fp 3.19-d) – Faltava a estes homens o desejo intenso pela aquisição das coisas espirituais, pois faziam do próprio “eu” e das coisas terrenas o grande alvo da sua existência. Paulo diz que o fim destes “é a perdição” (Fp 3.19-a).
CONCLUSÃO
Não são poucos aqueles que têm se levantado contra o verdadeiro evangelho de Cristo, pregando heresias e tentando reduzir o cristianismo a dois perigosos extremos: legalismo e a libertinagem. Diante destes dois desafios devemos como cristãos estar preparados para defender a nossa fé e nos conservarmos “irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5.23).

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ESBOÇO DA LIÇÃO 8, A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE.

Lição 8 – A suprema aspiração do crente
25 de agosto de 2013

TEXTO ÁUREO
“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). – “Paulo se acha qual um atleta numa corrida, esforçando-se e correndo o máximo, totalmente concentrado no que faz, a fim de não ficar aquém do alvo que Cristo estabeleceu para a sua vida. Esse alvo era a perfeita união entre Paulo e Cristo (vv. 8-10), sua salvação final e sua ressurreição dentre os mortos (v. 11). Era essa a motivação da vida de Paulo. Recebera um vislumbre da glória do céu (2Co 12.4) e resolvera que sua vida inteira, pela graça de Deus, estaria voltada para a resolução de avançar com toda determinação e finalmente chegar ao céu e ver Cristo face a face (2Tm 4.8; Ap 2.10; 22.4).

VERDADE PRÁTICA
A maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.12-17.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
            • Compreender qual era a verdadeira aspiração do apóstolo Paulo;
            • Analisar a maturidade espiritual dos filipenses, e
            • Conscientizar-se a respeito da verdadeira aspiração cristã.

PALAVRA-CHAVE
Aspiração: Desejo profundo de atingir uma meta espiritual; sonho, ambição.

COMENTÁRIO

introdução
Na lição de hoje, aprenderemos que o alvo da vida do apóstolo Paulo era somente um: conquistar a excelência do conhecimento de Jesus Cristo (Fp 3.8,10). [Na sequência dos estudos a respeito da carta de Paulo aos filipenses, estudaremos hoje a continuidade do capítulo terceiro, onde o apóstolo revela que sua aspiração é morar no céu. O termo “conhecimento” possui o sentido de “ato ou efeito de conhecer”, também “experiência”. Paulo recebe a graça de ser arrebatado ao terceiro céu e contemplar um vislumbre da glória celeste (2 Co 12.4), agora ele não possui outro alvo senão dedicar sua vida completamente ao Mestre que o alistou, seu objetivo está voltado para a resolução de avançar com toda determinação e finalmente chegar ao céu e ver Cristo face a face (2Tm 4.8; Ap 2.10; 22.4)]. Semelhante a um atleta, o apóstolo se esforçava para alcançar este objetivo, pois era consciente de que o exercício de aprender cada dia mais de Jesus exige labor e disposição para servir. Prosseguindo para “o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, Paulo convidou os filipenses a imitá-lo, despertando-os à esperança de um dia receberem a mesma recompensa (Fp 3.14-17). [Semelhante determinação é necessária a todos nós. No decurso da nossa vida, há todos os tipos de distrações e tentações, tais como os cuidados deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçam sufocar nossa dedicação ao Senhor (Mc 4.19; Lc 8.14). Necessário é esquecer-se das "coisas que atrás ficam", isto é, o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado (Gn 19.17,26; Lc 17.32), e avançar para as coisas que estão adiante, a salvação completa e final em Cristo]. Nos dias em que vivemos, muitos dos que cristãos se dizem ser não têm mais esta aspiração do apóstolo Paulo, preferindo as coisas desta vida. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. A ASPIRAÇÃO PAULINA
1. “Prossigo para o alvo”. [o apóstolo passa a “abrir seu coração” aos filipenses, revelando qual era o seu objetivo de vida, a sua razão de viver]. Para participar de uma maratona, o atleta tem de treinar muito. É preciso esforço, dedicação e trabalho para alcançar o prêmio final. Paulo utiliza neste texto a analogia do atletismo, a fim de mostrar aos filipenses que o crente em sua caminhada também precisa se esforçar para conhecer mais a Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida e o pecado, mantendo o foco em Jesus. Quando o crente deixa de olhar firmemente para o “Alvo”, corre o risco de tropeçar e cair, podendo até abandonar a fé. Vigiemos, pois, em todo o tempo, na dependência do Senhor. [A julgar pelo uso frequente de metáforas esportivas em seus escritos, o apóstolo Paulo deve ter sido um fã de esportes. Falando de seu desejo de ser eficaz em sua vida cristã, Paulo escreveu: "Eu combato de tal forma, não como batendo no ar" (1Co 9.26). Ele descreveu a vida cristã aos Efésios como uma luta "... não é contra carne e sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra as forças deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes"(Ef 6.12). No que pode ser considerado o seu epitáfio, Paulo declarou, triunfante, "Combati o bom combate" (2Tm 4.7; 1Tm 6.12). Em uma alusão aos Jogos Ístmicos (realizada em Corinto e em segundo em importância perdendo apenas para os Jogos Olímpicos), ele lembrou aos Coríntios: "Todos os que competem nos jogos têm autocontrole em todas as coisas e se exercitam frequentemente. Eles o fazem para receber uma coroa corruptível, mas nós uma incorruptível"(1Co 9.25). A metáfora atlética favorita de Paulo é o de uma corrida. Ele declarou aos anciãos de Éfeso: "Mas eu não considero a minha vida de qualquer forma como preciosa para mim, para que eu possa terminar minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus"(At 20.24). Para os romanos, ele escreveu: "Assim, pois, não depende do que quer, ou do homem que corre, mas de Deus que tenha misericórdia" (Rm 9.16). Lembrando aos Coríntios dos atletas dedicados que competiram nos Jogos Ístmicos, o apóstolo escreveu: "Não sabeis que aqueles que correm no estádio, todos correm, mas só um ganha o prêmio? Correi de tal maneira que você possa ganhar .... Por isso eu corro de tal forma, não como sem objetivo"(1Co 9.24, 26). Em Gálatas 2.2 Paulo expressou seu "medo de que [ele] pudesse ser executado, ou tivesse corrido em vão", enquanto em Gálatas 5.7, lamentou aos Gálatas: "Vocês estavam correndo bem, quem vos impediu de obedecer a verdade?" No fim de sua vida, Paulo poderia declarar:"Eu terminei a carreira (ou corrida), eu guardei a fé" (2Tm 4.7). A metáfora da vida cristã é como uma corrida, "Eu prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus", que é o tema de Filipenses 3.12-21. A passagem revela o interesse apaixonado de Paulo pelo crescimento espiritual. Semelhante determinação é necessária a todos nós. No decurso da nossa vida, há todos os tipos de distrações e tentações, tais como os cuidados deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçam sufocar nossa dedicação ao Senhor (cf. Mc 4.19; Lc 8.14). Necessário é esquecer-se das "coisas que atrás ficam", isto é, o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado (cf. Gn 19.17,26; Lc 17.32), e avançar para as coisas que estão adiante, a salvação completa e final em Cristo].
2. O sentimento de incompletude de Paulo. Paulo sabia que havia muita coisa ainda a ser conhecida. Por isso, nunca corria sem meta (1Co 9.26). Mesmo estando no cárcere, o apóstolo declara estar disposto a avançar para as coisas que estavam diante dele (Fp 3.13b). Paulo era um homem que confiava em Deus. E, assim, seguia confiante, pois no Senhor ainda teria grandes desafios em seu ministério. Sua força estava em Deus. Eis porque venceu grandes lutas e foi fiel até o fim. Para vencer, temos que igualmente olhar para frente e “esquecer das coisas que atrás ficam” (v.13). [Os crentes estão agora, em Cristo e o desfrutar do céu eternamente é propósito da graça de Deus para todos (1 Pe 1.4). Essa realidade espiritual e esta promessa não podem ser melhoradas, mas a virtude dos crentes na vida presente pode e deve ser. Sabendo que não somos agora o que deveríamos ser, e aquilo que um dia seremos na glória, não deve produzir a apatia e a indolência, mas um zelo que se move na direção do prêmio. Isso é obra do Espírito Santo em nós (2Co 3.18) e o anseio da alma regenerada. A consciência da necessidade de melhorar a condição espiritual de uma pessoa é um pré-requisito necessário à prossecução do prêmio de perfeição espiritual. Paulo tinha essa consciência, e expressou isso em duas palavras que começam o versículo 12. Ele ainda não tinha obtido (a partir delambano; "para receber", "adquirir", ou "atingir") o prêmio que perseguia, ele ainda não tinha se tornado perfeito (de teleioo; "para atingir a perfeição", "alcançar um objetivo", ou "realizar"). A palavra repetida duas vezes já indica que Paulo era ainda imperfeito, quando ele escreveu esta epístola].
3. O engano da presunção espiritual. Paulo não se deixou enganar pela falsa ideia de ter alcançado a perfeição. Os mestres do gnosticismo afirmavam ter alcançado tal posição e, assim, reivindicavam ser iluminados e não terem mais nada a aprender ou que desenvolver. Paulo, contudo, refutou esse pensamento equivocado, demonstrando que a conquista da perfeição será para aquele que terminar a carreira e ganhar a vida eterna, pois o prêmio está no final da jornada e não em seu início ou meio (1Co 9.24; Gl 6.9). [Apesar de possuir a rica bênção de estar em Cristo, o apóstolo sabia que ele não era perfeito. Seu conhecimento de Cristo ainda estava incompleto (1Co 13.12). A justiça de Cristo tinha sido imputada a ele (2Co 5.21), mas ele ainda precisava "limpar de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2Co 7.1). Paulo tinha o poder de Cristo para trabalhar na obra de Deus (1Co 15.10; Cl 1.29), mas este poder ainda funcionava e crescia somente em sua fraqueza (2Co 12.9). A rica comunhão com Cristo que ele experimentou também era imperfeita, ele ainda não sabia como orar como deveria, e dependia do Espírito Santo para interceder por ele (Rm 8.26-27). Enquanto seu corpo era o templo do Espírito Santo que habitava gloriosamente nele (1Co 6.19), Paulo ansiava pelo dia em que Cristo "transformaria o corpo de sua humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória" (Fp 3.21). Obviamente, Paulo perseguia o prêmio da perfeição espiritual e se sentia insatisfeito com a sua atual condição espiritual. Aqueles que pensam que têm atingido a perfeição espiritual, não percebem a necessidade de buscar uma condição melhor. Por que eles deveriam perseguir algo que eles acreditam que já tem? Tais pessoas complacentes, satisfeitos estão em grave perigo de tornarem-se insensíveis a seu pecado e cegos para as suas fraquezas. Somente aqueles que são conscientes da sua miserável condição espiritual vêm a Cristo para a salvação (Mt 5.6). E somente aqueles que continuam a reconhecer a necessidade de eliminar o pecado e cultivar a santidade que vão progredir na vida cristã. Essa busca pelo poder santificador do Espírito produz uma frequente luta contra o pecado e uma busca cada vez maior pela santidade, o que torna cada vez mais odioso o pecado. O verdadeiramente maduro e piedoso crente tem a consciência mais sensível de seus pecados, e é humilde diante de Deus por causa disso].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O crente em sua caminhada precisa se esforçar para conhecer mais de Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida (o pecado), mantendo o foco em Jesus.

II. A MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3.15,16)
1. Somos perfeitos (3.15)? O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo neste texto, tem um sentido especial, pois se refere à “maturidade espiritual”. Em termos de recebimento do benefício da obra perfeita de Cristo no Calvário, todos nós já alcançamos tal “perfeição”. Neste sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, quando a expressão paulina refere-se aos filipenses tratando-os de “perfeitos”, neste versículo, apresenta-os servindo a Deus no Espírito, isto é, não confiando na carne (3.3). [O termo ‘perfeito’ tem o sentido de:acabadorematadocompletosem defeitomagistral e primoroso. Quando Paulo teve uma visão de Cristo no caminho para Damasco, ficou convicto de que era um pecador e que a sua justiça própria não passava de trapos imundos (Is 64.6), insuficiente para vestir a alma diante do olhar de Deus, que a tudo perscruta. O Senhor, porém, lhe deu uma justiça que aguentaria o teste da eternidade — a justiça de Deus imputada à pessoa que realmente confia em Cristo para a salvação. Somos considerados justos porque o nosso Representante é justo].
2. O cristão deve andar conforme a maturidade alcançada (3.16). Quando Paulo diz, “andemos segundo a mesma regra”, não significa caminhar segundo os regulamentos da lei mosaica, tão requerida pelos judeus convertidos a Cristo. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra” denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes aos do Senhor Jesus, que o crente deve seguir. Aprendemos com Paulo que não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6). [Paulo não era perfeito. Ele ainda estava sujeito à tentação, ainda possuía sua carne não redimida, e ainda era um pecador (Rm 7.14-25; 1Tm 1.15). Longe de ter obtido a perfeição, ele estava perseguindo-a com toda a força. Como Pedro, Paulo compreendeu que a vida cristã é um processo de crescimento ao longo da vida - "crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18; 1Pe 2.1-2). Paulo quando fala em “andemos segundo a mesma regra”, refere-se à doutrina recebida e ao conhecimento baseado na experiência com Cristo. Há uma grande diferença entre realmente conhecer a Cristo e meramente saber acerca dEle (conhecimento intelectual e conhecimento experiencial). Assim como se sabe o gosto da comida ao comê-la, assim também conhecemos a Cristo ao recebê-lo].
3. Exemplo a ser imitado (3.17). Paulo procurou em tudo imitar o Mestre, servindo apenas aos interesses da Igreja de Cristo (Fp 2.17). Dessa maneira, exortou os filipenses a que o imitassem assim como ele imitava ao Senhor (Fp 3.17). Como obreiro de Deus, Paulo tinha um caráter ilibado e os filipenses deveriam tê-lo como um exemplo a seguir. Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus — o nosso modelo de homem perfeito (Hb 12.2).[“Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (1Co 11.1; Rm 16.17). O que deviam imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança no seu eu-próprio, que estava disposto a sacrificar todas as coisas por Cristo, que reconhecia a sua própria imperfeição e que estava grandemente desejoso para avançar rumo ao alvo - o Senhor. Sua advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma atitude diferente. São “inimigos da cruz de Cristo”, não por causa de qualquer hostilidade da parte deles, mas por causa das vidas que vivem. Interessam-se mais em satisfazer os seus apetites do que servir a Deus (“o deus deles é o ventre”) e jactam-se das liberdades que tomam na licenciosidade e vidas impuras (2Pe 2.19). “Só pensam nas coisas terrenas” - alegam estar no caminho do Céu, mas amam as coisas mundanas; “o destino deles é a destruição”.].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).

III. A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do desejo paulino. O propósito de Paulo em relação a si e aos filipenses deve servir-nos de instrução, pois as dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de empecilhos à vida de comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores. Mais do que nunca, devemos nos esforçar para vivermos uma vida de íntima comunhão com Deus (Fp 3.12). [A devoção enfoca o objetivo de intimidade com Deus. É “devotar a si mesmo” para conhecer Jesus Cristo. Uma medida de maturidade é o nível em que essa busca torna-se nosso foco e desejo de consumo. Em nenhuma outra parte o discípulo de Jesus é mais desafiado a tornar-se um homem ou mulher “segundo o coração de Deus” do que aqui].
2. O cristão deve almejar a maturidade espiritual. Seguindo o exemplo de Paulo, reconheçamos que ainda precisamos alcançar a perfeição. Sejamos sóbrios e vigilantes, reconhecendo também o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. [O conhecimento de Cristo que Paulo tinha não envolve simplesmente uma apreensão intelectual, mas sim um conhecimento empírico resultante de sua comunhão pessoal com Cristo. Em contraste com a vida que ele tem agora, seu antigo modo de viver era esterco, algo para ser atirado aos cães. Nossa herança como crentes pode ser completamente recebida se permanecermos no que Deus disse face à adversidade das circunstancias, algumas vezes até sofrendo e enfrentando a morte. Uma postura de fé elimina o medo e a preocupação e traz a liberdade de “regozijar ainda mais”.].
3. Rejeitando a fantasia da falsa vida cristã. Paulo era um sofredor consciente, um homem que sabia o quanto é difícil ser fiel a Deus. Ele, porém, suportava tudo por causa da obra de Deus (Fp 2.17) [O objetivo pelo qual Paulo se esforça promete um esplêndido troféu – salvação em toda sua plenitude (Fp 1.28; Rm 13.11). Deus chamou a Paulo, no início (Rm 8.30; Gl 1.15). É porque Paulo pode dizer “fui conquistado por Cristo Jesus” (v. 12) que ele prossegue para o alvo da vida na glória (v. 13)]Quem quiser viver assim nos dias atuais, precisa reconhecer que padecerá as mesmas angústias (2Tm 3.12)[Paulo ensina que a salvação não se baseia no que o ser humano alcança obedecendo à lei, mas inteira e exclusivamente na “justiça que procede de Deus”, dada àqueles que estão unidos com Cristo (Rm 1.16,17; 3.21,26)]Semelhante ao apóstolo Paulo, podemos ter certeza de que receberemos o “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). [Ser como Deus é viver como ele nos disse para viver; isso envolve estudo e a aplicação das Escrituras. Aqueles que o fizerem se tornarão reprovação viva daqueles que não o fizerem e, sendo assim, se depararão frequentemente com a perseguição. Paulo mostra aos filipenses que a justiça que vem pela fé leva-nos a sofrer injustiças neste mundo, visto que devemos participar das aflições de Cristo, para que sejamos capazes de participar da Sua glória (Rm.8:17)].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ainda não alcançamos a perfeição, por isso, precisamos ser sóbrios e vigilantes, reconhecendo o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Toda a vida de Paulo era centrada na pessoa de Jesus Cristo. Ele tudo fazia para agradá-lo. Sua grande aspiração era conhecer mais do Mestre da Galileia. Por isso, o apóstolo podia declarar: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20). [Na perícope de Fp 3.17-21, Paulo dá instruções específicas sobre como buscar o prêmio de perfeição espiritual, que é Cristo. Mais tarde, nessa mesma missiva, Paulo lembra aos crentes de Filipos que "a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da Sua glória, pelo exercício do poder que Ele tem de sujeitar todas as coisas a si mesmo "(Fp 3.20,21). O apóstolo João ecoa esse mesmo pensamento: "Amados, agora somos filhos de Deus, e o que seremos, ainda isso não foi manifesto. Sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque nós vamos vê-Lo como Ele é "(1Jo 3.2). Semelhança de Cristo é o prêmio que deve ser perseguido, apesar de que o prêmio não será alcançado aqui, enquanto estivermos em carne. “Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo”. Devemos andar na luz daqueles conhecimentos que já atingimos. “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus” (Jo 7.17)].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A história de Sansão: Luz do Sol e Senhora da Noite











A história de Sansão começa de modo maravilhoso, seu nascimento é anunciado por um anjo de Deus. O primeiro filho de Manoá e sua esposa estéril, ambos da tribo de Dã, moradores de Zorá uma pequena vila situada nas partes baixas de Judá. O casal recebe a notícia de que teria um filho, este seria nazireu desde o ventre e deveria se chamar Sansão:


“Você engravidará e dará à luz um filho. Todavia, não beba vinho nem outra bebida fermentada, e não coma nada impuro, porque o menino será nazireu, consagrado a Deus, desde o nascimento até o dia da sua morte”. Juízes 13:7

E estudando o significado do nome Sansão, encontramos a beleza e o amor de Deus pelo garoto que haveria de nascer para governar Israel : “luz do sol”, este é o significado de Sansão. Deus o havia gerado para brilhar entre seu povo. Mas apesar das promessas e consagração desde o ventre, a vida de Sansão, segue por caminhos escuros e a lâmpada de sua alma é envolvida em trevas, pelo distanciamento da vontade de Deus.

Podemos fazer um paralelo entre a vida de Sansão e a de Samuel: ambos nascidos de mães que eram estéreis, consagrados a Deus desde o ventre, vivendo em Israel em período de larga apostasia, com a missão de liderar. A comparação pode ser inevitável, como inevitáveis são as escolhas de cada um. E o que de mais marcante fica nesse paralelo é a lição de que não existe privilégios quando o assunto é pecado: sacerdotes, profetas, leigos, todos estão sujeitos a sofrerem as consequências da desobediência.

Sansão tinha todos os atributos para ser um líder porta-voz de Deus, mas preferiu alimentar seu ego se envolvendo em relacionamentos amorosos pecaminosos. Primeiro casa com uma filisteia e depois apaixona-se intensamente por Dalila, moradora de Soreque. Todos esses percalços desastrosos, leva a crer que Sansão havia negligenciado seu chamado e comunhão com Deus. O Espirito de Deus estava sobre ele, de outra feita, seria incapaz de vencer qualquer batalha, sua força advinha disso, mas Sansão não se deixava dirigir por Deus, ouvia e não obedecia.

"Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar." Isaías 48:17

Haviam algumas instruções Divinas a serem observadas por um nazireu de Deus:


E falou o Senhor a Moisés, dizendo, Números 6:1-7:


  • Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar ao Senhor.
  • De vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá. Todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma, que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas.
  • Todos os dias do voto do seu nazireado sobre a sua cabeça não passará navalha; até que se cumpram os dias, que se separou ao Senhor, santo será, deixando crescer livremente o cabelo da sua cabeça.
  •  Todos os dias que se separar para o Senhor não se aproximará do corpo de um morto.Por seu pai, ou por sua mãe, por seu irmão, ou por sua irmã, por eles se não contaminará quando forem mortos; 

  • porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua cabeça.


Sansão infligiu cada um desses votos, e como nada lhe acontecia, ele prosseguia errando, ignorando as consequências que poderiam vir. Ele parecia estar insensível a voz de Deus e não sei se você observou algo nos quatro capítulos do livro de juízes que narra a história de Sansão (capítulos 13, 14, 15 e 16). Há um momento, no final do capitulo 15 que se lê: “ E Sansão julgou a Israel, nos dias dos filisteus, 20 anos” (15:20). É como se a historia acabasse aqui, com Sansão vencendo uma guerra, matando mais de mil homens e por fim, se refugiando em uma rocha onde Deus milagrosamente faz brotar água para matar sua sede.

Porém, logo em seguida, no começo do capitulo 16:1, vamos ler o começo da maior tragédia da vida desse juiz, dotado de força extraordinária: “ e foi-se Sansão para Gaza e viu ali uma mulher prostituta e entrou a ela”. Oh, não! Depois de tão grande livramento a Israel, por suas mãos, Sansão não deveria se mostrar grato a Deus?

Podemos apontar claramente os erros da vida de Sansão, assim como saberemos apontar os nossos próprios erros. Agora, o que de fascinante aconteceu na vida desse nazireu e que jamais deve ser esquecido é que Deus proporcionou-lhe um novo começo e também um outro final. Por isso, talvez, e entendo isso como uma revelação, é que o escritor de juízes, por duas vezes narra o fim da história de Sansão: capítulos 15:20 e capitulo 16:31.

Depois de ter relações com a prostituta em Gaza, Sansão conhece Dalila, por quem se apaixona cegamente. Não acredito que Dalila seja o verdadeiro nome da mulher que traiu Sansão, pois a tradução de seu nome é : “senhora da noite, sedutora”. Assim teríamos: Sansão, luz do sol e Dalila, senhora da noite. Penso que o nome Dalila surge como uma denominação para a mulher que apagou a luz do sol. Ela foi o insistente laço de Satanás na vida do nazireu. Poderia ter qualquer nome, Dalila porém representa: oposição a Deus, trevas, calabouço, prisão. E digamos que de fato, se chamasse Dalila, a história ficaria ainda mais assustadora.


A forma como se dá o relacionamento entre Luz do sol e Senhora da Noite configura um romance regado a sexo e engano. Dalila é procurada por cinco príncipes, governantes das maiores cidades dos filisteus: Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom e Gate e corrompida a aceitar suborno para acabar com Sansão espiritualmente e moralmente. Depois de três tentativas frustradas, enfim Dalila consegue arrancar o segredo de Sansão. Ele estava tão apaixonado que não conseguia ver ou ouvir mais nada, além da voz de Dalila ao seu ouvido: “a alma de Sansão se angustiou até a morte” 16:16.

Sansão tem seu cabelo cortado pelos filisteus e o Espírito do Senhor deixa de habitar nele, “porquanto o nazireado do seu Deus está sobre a sua cabeça.” Não é que a força estivesse nos cabelos, mas ao permitir cortarem seus cabelos, o voto é interrompido, Deus é rejeitado e não encontra mais lugar no coração de Sansão absolutamente tomado pela luxuria e a concupiscência.


Como vimos antes, o final dessa história, seria reescrito pelas mãos do próprio Deus. Sansão é capturado e desce até Gaza, para moer trigo no carcere. Gaza, onde começou sua queda e onde começaria sua redenção. Cego e moendo trigo na prisão, Luz do Sol se encontra na mais terrível escuridão. É quando tem um encontro real com Deus, se arrepende dos pecados e volta a ter uma vida de comunhão e oração. Sansão reconhece sua fragilidade e Deus o escuta.


“E Sansão orou ao Senhor: "Ó Soberano Senhor, lembra-te de mim! Ó Deus, eu te suplico, dá-me forças, mais uma vez, e faze com que eu me vingue dos filisteus por causa dos meus dois olhos!" Juízes 16: 28.

Muitos acusam Sansão de egoísta e vingativo por conta dessa oração, mas não creio que eram más as intenções de seu coração, se assim fosse, ele não teria recebido destaque na galeria de fé de Hebreus 11: 32-33: "E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, deSansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões."

E depois de vencer pela última vez os filisteus, enfim, o escritor de juízes, encerra a história de Sansão:

Foram, então, os seus irmãos e toda a família do seu pai para buscá-lo. Trouxeram-no e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no túmulo de Manoá, seu pai. Sansão liderou Israel durante vinte anos. Juízes 16:31.


Lições práticas retiradas da vida de Sansão:


  • Não basta ser cristão ou seguir alguma religião, é necessário nascer de novo, arrepender-se para uma vida de comunhão e obediência a Cristo Jesus . João 1: 12-13
  • Acostumar-se com o pecado é perigoso, um abismo, chama outro, até que tudo se faz trevas. Por isso, a obediência deve estar presente nas pequenas coisas do dia a dia . Quem é fiel no pouco, é fiel no muito.

  • Sansão brincou com o pecado, por mais de uma vez , foi se aproximando do abismo de passo em passo, até que...Atenção, dá um clique em um site pornográfico lhe parece sem importância? Cuidado, esse passo pode levar ao abismo, vigie, resista. Deus tem recompensa maiores do que os momentos de prazer proporcionados pelo sexo virtual, extraconjugal ou algo parecido.
  • Os filisteus que prenderam Sansão se escondiam no quarto de Dalila (juízes 16:9). Uma demonstração de  que a vida sexual de Sansão estava impura, imoral. Como estão nossos quartos? Há filisteus escondidos neles? Adultério, prostituição, pedofilia, homossexualismo, sodomia...? Se sim, será preciso derrotar esses filisteus para não ser derrotado por eles.

    • Deus é o Deus das muitas chances, mas é bom não abusar. Sansão perdeu tantas oportunidades e poderia ter feito bem mais por sua nação. Ainda houve tempo para arrepender-se, Deus não rejeita um coração sincero e contrito.

    Deus nos abençoe e nos fortaleça para cumprir Sua vontade.
    obs: não é de minha autoria, algumas mensagens que coloco em meu blog, só as que coloco meu nome em baixo da mesma. são de outros autores, gosto de colocar simplesmente para divugar a palavra de Deus , pois só ele é digno de ser adorado...

    quarta-feira, 14 de agosto de 2013

    A ATUALIDADE DOS CONSELHOS PAULINOS - LIÇÃO 7 - ESBOÇO DA LIÇÃO

                                              
                    






                                             INTRODUÇÃO

    Uma das principais características da Bíblia é a sua contemporaneidade. Suas doutrinas e ensinos são atuais. Quando lemos as epístolas paulinas, por exemplo, podemos ver claramente que os problemas que surgiram nas igrejas do primeiro século, também ocorrem em nossos dias. Consequentemente, os conselhos e ensinos apostólicos servem para a Igreja do século XXI. Nesta lição,estudaremos o texto de (Fp 3.1-10), onde veremos os ensinos paulinos sobre a alegria no Senhor; as advertências quanto aos inimigos da fé; o significado da verdadeira circuncisão; em que nós devemos nos gloriar; e, finalmente, quais as prioridades da vida cristã.

    I - A ALEGRIA NO SENHOR

    Já vimos que a Epístola aos Filipenses foi escrita quando o apóstolo Paulo estava preso em Roma (Fp 1.12,14). No entanto,ele não demonstra angústia, tristeza ou frustração; pelo contrário, é nesta carta em que ele mais descreve o seu regozijo (Fp 1.4,18;2.2,17; 3.1; 4.1,4,10), bem como o seu desejo que os irmãos de Filipos estivessem alegres (Fp 3.1). O termo deriva-se do grego chairõe significa “alegrar-se muito” ou “grande gozo”. O desejo do apóstolo era que os cristãos vivessem alegres, independente dascircunstâncias (II Co 1.5; 4.8,9; 7.4; I Ts 1.6). Mas, essa alegria só é possível através da nossa fé em Cristo e da morada do EspíritoSanto em nós (Rm 12.12,15; 14.17; II Co 6.10; 13.11; Gl 5.22; Fp 2.18; 4.4; I Ts 5.16).


    II - ADVERTÊNCIAS QUANTO AOS INIMIGOS DA FÉ

    O apóstolo Paulo fez uma tríplice advertência acerca dos inimigos da fé em Fp 3.2. Três vezes ele diz: “guardai-vos”, ou seja, “vigiai”, “estai atentos”. Alguns estudiosos dizem que as expressões cães…maus obreiros…circuncisão”, não se trata de três classes de pessoas, mas, de apenas uma, os judaizantes. Estes eram judeus cristãos que de tão apegados ao judaísmo, ensinavam que os gentios, além de crer em Cristo, deveriam guardar a circuncisão (Gl 5.2) e os dias santos judaicos (Gl 4.10). Os judaizantes insistiam que a alvação vinha pelas obras da Lei. Por isso, o apóstolo Paulo é tão taxativo quando se dirige a eles. Vejamos:

    2.1 “Guardai-vos dos cães”

    (Fp 3.2-a). Os cães eram considerados animais imundos na sociedade oriental. Eles não eramdomesticados como hoje, pois eram selvagens e viviam soltos como os lobos. Paulo faz uso dessa comparação para dizer que oscristãos de Filipos deveriam ter cuidado com os judaizantes para que suas doutrinas e suas práticas não viessem macular a pureza daigreja. Semelhantemente, a Igreja necessita estar vigilante quanto as heresias, ou seja, falsos ensinos e falsas doutrinas, que podemsurgir, inclusive, no meio do povo de Deus (Gl 5.20; I Tm 4.1; II Pe 2.1-3).
    2.2 “Guardai-vos dos maus obreiros

     (Fp 3.2-a). Paulo se referia aos falsos obreiros, como em (II Co 11.13) onde ele chama deobreiros fraudulentos. Com certeza, estes eram homens que não tinham o chamado divino para o ministério e nem as qualidades doscompanheiros de Paulo, tais como: fidelidade e zelo pela doutrina, como Timóteo e Epafrodito (Fp 2.19, 25). Tal qual nos dias dePaulo, muitos falsos obreiros têm se levantado no meio do povo de Deus, principalmente na mídia televisiva, pregando um evangelhodistorcido, sem cruz e sem renúncia (Mc 8.34; Lc 9.23), conduzindo as massas a uma falsa espiritualidade, onde os valores monetáriossão mais importantes do que as virtudes da vida cristã (II Pe 2.3; I Co 13.13).
    2.3 “Guardai-vos da circuncisão

     (Fp 3.2-a). O termo grego usado por Paulo aqui é katatome que significa “falsa circuncisão”, emcontraste com peritome, que quer dizer “circuncisão”. Paulo faz uso desse termo para demonstrar que os judaizantes ensinavam oscristãos gentios a se circuncidarem (At 15.5). O apóstolo declara, que a verdadeira circuncisão é uma obra do Espírito no coração dapessoa, pela qual o pecado e o mal são cortados (Rm 2.25-29; Cl 2.11). Hoje, esses religiosos representam aqueles que estão maispreocupados com rituais e liturgias religiosas do que ter um coração contrito e quebrantado (Is 1.10-17; 57.15; Jr 6.20; Sl 51.17) .
    III - A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO

    O apóstolo deixa bem claro que a verdadeira circuncisão não é física, e sim, espiritual: “Porque a circuncisão somos nós,que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fp 3.3). Vejamos:
    3.1 “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito” (Fp 3.3a). Enquanto os judaizantes se gloriavam do pactoda circuncisão, Paulo ensina que a verdadeira circuncisão é operada no coração (Rm 2.25-29; Ef 2.11; Cl 2.11). No original grego, otermo é latruo, que originalmente significa “servir por aluguel” ou, simplesmente, “servir”. Nas páginas do NT essa palavra éusada para indicar o serviço ritual, como vemos em (Hb 8.5; 9.9; 10.2; 13.10), mas também indica adoração e serviço de modo geral(Lc 1.74; Rm 1.9).
    3.2 “…e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não nos gloriamos na carne” (Fp 3.3b). Em outras palavras, Paulo estava dizendo que aconfiança do cristão não deve estar baseada no esforço e sacrifício humano, e sim, no que Cristo fez por nós. Enquanto os judaizantesse gloriavam na Lei e nos sacrifícios mosaicos, que, embora importantes para os judeus, eram apenas sombra das coisas futuras(Hb 8.5; 9.5; 10.1); nós nos gloriamos em Cristo (I Co 1.31; II Co 10.17) e em sua cruz (Gl 6.14). A palavra “carne” neste texto nãoindica “natureza má”, e sim, coisas humanas, ou seja, as coisas feitas pelo homem em benefício próprio. A ideia de gloriar-se nacarne também é mencionada em (II Co 11.18; Gl 6.13,14).
    IV - MOTIVOS PELOS QUAIS PAULO PODERIA SE GLORIAREm 
    (Fp 3.4-6)
    Paulo declara que se os privilégios da carne tivessem méritos próprios, ele teria, mais do que todos, muitosmotivos para se gloriar. Vejamos:
    4.1 “Circuncidado ao oitavo dia”. A circuncisão era o símbolo do pacto abraâmico (Gn 17.10-27; 21.4). Com esta expressão, oapóstolo Paulo estava dizendo que ele não era um convertido à fé judaica, nem fora admitido depois de adulto como um prosélito. Eleera judeu de nascimento, e foi circuncidado ao oitavo dia, conforme a Lei (Lv 12.3; Lc 1.59; At 7.8).
    4.2 “Da linhagem de Israel”. Com estas palavras Paulo estava afirmando que era da linhagem de Jacó, que posteriormente passou ase chamar Israel (Gn 32.28; Rm 11.2). Consequentemente, ele declara que não descendia de uma raça mista, como muitos habitantes da Palestina, mas da descendência dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, que eram herdeiros da promessa (Dt 1.8; 6.10; 9.5; II Rs 13.23).
    4.3 “Da Tribo de Benjamim
    . Paulo era da tribo de Benjamim, uma herança extremamente considerada pelos judeus. De sua tribo,havia nascido Saul, o primeiro rei de Israel (I Sm 10.20-24), de quem se deriva o nome do próprio apóstolo, Saulo (I Sm 9.1,2). Paraos judeus isto tinha bastante relevância porque, quando as doze tribos se dividiram -reino do Norte e reino do do Sul - somenteBenjamim se manteve fiel a linhagem de Judá (I Rs 12.21).
    4.4 “Hebreu de Hebreus”. O termo hebreu deriva-se de Eber, descendente de Sem, filho de Noé (Gn 10.21) e que, antes do cativeiro babilônico falavam hebraico, mas, após o cativeiro, o aramaico. Paulo declara que não era um meio-judeu, e sim, um judeu, filho de pais judeus. Em outras palavras, ele estava dizendo que a sua genealogia demonstrava que sua origem era judaica, tanto por parte de pai como também de mãe.
    4.5 “Segundo a lei, fui fariseu”. Os fariseus faziam parte de um partido religioso cujo principal interesse era a observância da Lei deMoisés. E Paulo foi um deles . Ele praticara desde a infância, com grande zelo, tudo quanto os fariseus afirmavam ser importantes (At22.2; 23.6; 26.5).
    4.6 “Segundo o zelo, perseguidor da Igreja”. Por causa de seu zelo para com a Lei (Jo 16.1-3) e de sua sua ignorância eincredulidade, Paulo, que também se chamava Saulo, desejou aniquilar os seguidores de Jesus e exterminar o Cristianismo (I Co15.9; Fp 3.6; I Tm 1.13). Por isso, ele pediu cartas ao sumo sacerdote para perseguir os cristãos e conduzi-los presos à Jerusalém (At9.2; 22.5; 26.12).
    4.7 “Segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”.
     O termo grego para “irrepreensível” é amemptos, que significa”inculpável”, “sem falta”, ou “sem nenhum defeito”. Isto demonstra claramente o quanto o apóstolo viveu de forma íntegra,procurando agradar a Deus, antes mesmo de sua conversão.
    V- PRIORIDADES DA VIDA CRISTÃ
    Depois de demonstrar que não tinha motivos para se gloriar na “carne”, ou seja, rituais, genealogia e justiça própria, o apóstolo declara quais são as prioridades da vida centralizada em Cristo (Fp 3.7,8). Vejamos:
    5.1 “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo (Fp 3.7). Nesse texto, Paulo demonstra que todos os seusprivilégios raciais e zelo pela observância da Lei era, na verdade, um empecilho para a autêntica vida espiritual. A palavra “ganho”deriva-se do grego kerde e significa “vantagem”, “lucro”, “proveito”. Já o termo grego para “perda” é zemia, que quer dizer”dano”, “desvantagem”. Em outras palavras, ele diz que tudo aquilo que ele considerava importante e de valor duradouro, passou aconsiderar como “perda”. Ele passou a ter um novo conceito de perdas e ganhos (cf Lc 9.23,24; I Co 3.21,23).
    5.2 “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”(Fp 3.8a). Paulo diz neste texto que, depois do encontro com Cristo, todas as coisas que ele poderia se gloriar, como a sua genealogiae partido religioso, por exemplo, passou a reputar como perda pela excelência do conhecimento de Cristo.
    5.3 “… pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.8b). O apóstolo declara que as coisas terrenas são, simplesmente, incomparáveis, em relação a Cristo. É como aquele homem que achou um tesouro escondido em um campo, e, por causa dele, vendeu tudo quanto tinha e comprou o campo (Mt 13.44); ou como outro homem que vendeu tudo quanto tinha para comprar uma pérola de grande valor (Mt 13.45,46).
    CONCLUSÃO
    Como pudemos ver, os mesmos conselhos paulinos para os filipenses, servem também para nós hoje. Por isso, tal qual os crentes em Filipos, devemos nos alegrar no Senhor, independente das circunstâncias; estar atento quanto aos falsos obreiros, falsos mestres e suas heresias; compreender que a verdadeira circuncisão é espiritual; e, por isso, devemos reconhecer que não devemos nos gloriar na carne, ou seja, genealogia, religião e justiça própria, mas, em Cristo, pois Ele é o nosso maior tesouro e a razão do nosso viver.

    Fudas