quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Lição da EBD n° 6: A Fidelidade dos obreiros do Senhor


Lição da EBD n° 6: A Fidelidade dos obreiros do Senhor










Nas últimas três lições estudamos a respeito do comportamentos dos salvos em Cristo, do modelo que este é para nós, e das virtudes que os salvos podem desenvolver por meio da graça de Deus. Nesta lição estudaremos a respeito da Fidelidade dos obreiros do Senhor. O termo fidelidade é definido como: uma semelhança que se guarda entre dois objetos, dois documentos, entre aquilo que é original, e o que é a cópia. Também temos o termo probidade, cujo sentido é o mesmo que honestidade, integridade; retidão de caráter. Estas são qualidades que devem estar em todos os cristãos e ainda mais nos obreiros do Senhor, e estaremos estudando a respeito das mesmas.
 
I) A preocupação de Paulo com a Igreja
 
É visível em sua vida de oração dedicada ao progresso dos crentes de Filipo. Ele ora da seguinte forma: Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção,  para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo,  cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus (Fp 1. 9 - 11 NVI). 
No seu discurso aos anciãos de Éfeso ele disse que em nada tinha a sua vida como preciosa, mas que estava disposto a oferecer a sua vida como selo do testemunho (At 20. 24), mas pensando no progresso dos irmãos de Filipo, ele afirma: Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor;  contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo.  Convencido disso, sei que vou permanecer e continuar com todos vocês, para o seu progresso e alegria na fé, a fim de que, pela minha presença, outra vez a exultação de vocês em Cristo Jesus transborde por minha causa (Fp 1. 23 - 26 NVI). 
Pessoalmente o apostolo sabe que Cristo será engrandecido por meio de sua visa, ou da sua morte (Fp 1. 20). Mas espera permanecer com os irmãos de Filipo a fim de poder contribuir mais com o progresso e com a causa do Evangelho. E isto, o faz movido por um profundo sentimento que nutre pelos crentes. Ele mesmo afirma: É justo que eu assim me sinta a respeito de todos vocês, uma vez que os tenho em meu coração, pois, quer nas correntes que me prendem quer defendendo e confirmando o evangelho, todos vocês participam comigo da graça de Deus (Fp 1. 7 NVI).
Este vínculo emocional é comum em quase todas as comunidades pelas quais Paulo passou. aos crentes de Corinto ele disse: Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente. Visto que os amo tanto, devo ser menos amado? (II Co 12. 15NVI). Com esta fala o apóstolo em questão está dizendo que sua disposição maior para com os fieis é a de investir neles. Aos crentes de Tessalônica ele disse: Embora, como apóstolos de Cristo, pudéssemos ter sido um peso, tornamo-nos bondosos entre vocês, como uma mãe que cuida dos próprios filhos.  Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, porque vocês se tornaram muito amados por nós (I Ts 2. 7, 8 NVI).
Nem suas cadeias fazem com que ele ceda à comiseração e a auto piedade. Pelo contrario, revestido de autoridade ele afirma aos irmãos de Filipo que suas prisões contribuíram para a causa do Evangelho de Cristo. Nem mesmo a oposição dos que pregam o Evangelho motivados por emulação o faz recuar (Fp 1. 12 - 18).
NÃO HÁ COMO NEGAR! AQUI TEMOS O PERFIL DE UM OBREIRO EXEMPLAR! Todavia um líder que se preze tem como uma das principais preocupações o preparo de uma geração de sucessores (assunto do qual trataremos mais detalhadamente nas linhas abaixo). Nas cartas do apóstolo aparecem dois nomes, o de Timóteo e o de Tito.
 
II) Timóteo e Epafrodito, dois exemplos de obreiros
 
Existem dois obreiros em que Paulo investiu, e recomendou como seus sucessores. sabedor que os dias finais seriam difíceis (II Tm 3. 1), que os homens seriam tendenciosamente voltados para toda forma de apostasia (II Tm 3. 8 - 12; 4. 2, 3), ele recomendou que se tivesse cuidado com os lobos que após a sua partida invadiram o arraial dos santos (At 20. 29ss).
Assim, um cuidado constante que vemos em Paulo é o de recomendar poucos obreiros. Na verdade ele somente recomenda aqueles em quem ele vê, o mesmo sentimento e a mesma preocupação para com o rebanho de Deus. Ao longo de boa parte das cartas de Paulo, dois nomes sobressaem o de Timóteo, e o de Tito.
O primeiro, conforme dito no post inaugural desta serie, é um jovem filho de pai grego e mãe judia que Paulo conheceu em Listra (At 16. 2). Mais tarde ele é chamado por Paulo de meu verdadeiro filho na fé em Cristo Jesus (I Tm 1. 2). O mesmo é dito de Tito, a respeito de quem, pouca informação temos (Tt 1. 4).
Retornando à pessoa de Timóteo, Lucas o descreve em sua narrativa como um μαθητης (mathetees), expressão cujo sentido é discípulo (At 16. 2). Ser discípulo é muito mais do que ser um mero aluno. Este é apenas alguém que aprende de outro, aquele é o que segue as ideias (adotando a doutrina como parâmetro), e imita os exemplos do seu mestre.
É a respeito deste que Paulo fala: Não tenho ninguém como ele, que tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês (Fp 2. 20 NVI). Em nossas versões mais empregadas, este mesmo texto é traduzido da seguinte forma: Porque a ninguém tenho de igual sentimento. O mesmo sentimento aqui é a tradução para ισοψυχον (isopsichon), de ισο (igual) + ψυχον (alma), indicando afinidade de pensamento e sentimento. A preocupação pelo bem estar alheio era tal que o autor a descreve por meio do termo μεριμνησει (merimneesei), o mesmo que descreve a ansiedade. A descrição do apóstolo é indicador de que ninguém absorveu seus ensinos como Timóteo o fez, e isto a ponto de seguir o seu exemplo de desprendimento, abnegação e interesse sincero pelo bem estar de outro.
Escrevendo aos irmãos de Corinto Paulo recomenda à Timóteo nos seguintes termos: Se Timóteo for, tomem providências para que ele não tenha nada que temer enquanto estiver com vocês, pois ele trabalha na obra do Senhor, assim como eu (I Co 16. 10 NVI). O que Paulo está dizendo aqui é, que se há algum obreiro que mereça o prestigio e apreço da comunidade como legitimo sucessor dele, este é Timóteo.
Mas por que apenas Timóteo? A resposta é: todos buscam os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo (Fp 2. 21 NVI). Em outras palavras: nem todos estão dispostos a seguirem o exemplo de Cristo, que assumiu uma condição inferior por amor a nós. Não se quer com isto dizer que Paulo não tenha investido em outros obreiros, mas que, a despeito de tal investimento, ele sucessivamente fora abandonado por estes. Um exemplo é o caso de Fígelo e Hermógenes (II Tm 1. 15), e Demas (II Tm 4. 10).
O testemunho de Paulo a respeito do jovem pastor Timóteo é este: vocês sabem que Timóteo foi aprovado, porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai (Fp 2. 22). A expressão aprovado indica alguém que passou em um exame, ou numa série de provas com fins de avaliação e alcançou êxito no processo. A expressão δοκιμην (dokimen), é traduzida como experiência em Rm 5. 4, nas versões Almeida Corrigida e Atualizada, como caráter aprovado, na NVI, ou virtude comprovada na Bíblia de Jerusalém.
Além de um caráter comprovado, Timóteo εδουλευσεν εις το ευαγγελιον (serviu ao Evangelho) como companheiro de Paulo, e com uma fidelidade tamanha que o relacionamento dos dois foi comparado pelo próprio apóstolo como o de um pai para com o seu filho. Da minha perspectiva, o serviço do Evangelho criou este vínculo.
A respeito de Epafrodito, pouco é dito sobre ele. O que sabemos é que foi um irmão da comunidade que fora enviado pelos irmãos com uma oferta a fim de suprir as necessidades de Paulo em suas cadeias (Fp 4. 18). Ao que parece este mesmo irmão adoeceu no meio do caminho, mas foi amparado (possivelmente pelo próprio Paulo, na casa em que estava preso), e agora está sendo mandado de volta (Fp 2. 25 - 28).
A respeito do mesmo é dito: meu irmão, cooperador e companheiro de lutas, (αδελφον και συνεργον και συστρατιωτην [adelphói kai sineergon kai systratiooteen]). a expressão irmão indica mais do que mero laço consanguíneo, indica vínculo fraternal que foi demonstrado no serviço da fé feito pelo obreiro em apreço. O termo cooperador indica alguém que ajuda outro em suas funções. Mais do que isto,  συνεργον (synergon) é a palavra que dá origem ao vocábulo sinergia, que se pode entender como sendo o concurso de diversos órgãos na realização de uma função. Se Paulo pode pregar o Evangelho, ele o faz porque dispõe de pessoas como Timóteo e Epafrodito para o desempenho de suas funções.

Conclusão

Minha breve conclusão é de que tal como a comunidade o obreiro tem de se espelhar no exemplo de Cristo para servir melhor à causa do Evangelho. É neste aspecto que vemos se um obreiro é, ou não fiel no sentido da palavra. Minha oração é de que Deus levante nesta última ora obreiros com o perfil de Paulo, Timóteo e Epafrodito sim, e que estes tenham o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Amem. 

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