terça-feira, 23 de setembro de 2014

Teologia -Introdução e Análise do Antigo Testamento

Introdução e Análise do Antigo Testamento

Divisão do Antigo Testamento:  Pentateuco, Livros Históricos, Livros Poéticos e livros Proféticos.

Introdução
Muitos séculos antes de Cristo, os escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Esses registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas vezes, e passados de geração em geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por:
:: A Lei: Composta pelos livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
:: Os Profetas: Incluíam os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis.
:: As Escrituras: Reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios - Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.
Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C.
Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei freqüentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico – da direita para a esquerda – e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.
Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.

O Cânon das Escrituras
Lc 24.44,45; 1 Co 15.3-8; 2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21; 2 Pe 3.14-16
Geralmente pensamos na Bíblia como um livro grande.Na verdade, trata-se de uma pequena biblioteca composta de 66 livros individuais. Juntos, tais livros compõem o que chamamos cânon da Escritura Sagrada. O termo cânon deriva-se de uma palavra grega que significa "vara de medir", "padrão", ou "norma". Historicamente, a Bíblia tem sido a regra autoritativa de fé e prática na Igreja.

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Com referência aos livros que compões o Novo Testamento, existe completo acordo entre católicos e protestantes. Existe, entretanto, forte divergência entre os dois grupos sobre o que deveria ser incluído no Antigo Testamento. Os católicos romanos consideram os livros chamados apócrifos como sendo canônicos, enquanto o protestantismo histórico não os considera. (Os livros apócrifos foram escritos depois que o Antigo Testamento já estava completo e antes que começasse o Novo Testamento.) O debate concernente aos apócrifos concentra-se na questão mais ampla do que era considerado canônico pela comunidade judaica. Existem fortes evidências de que era considerado canônico pela comunidade judaica. Existem fortes evidências de que os apócrifos não eram incluídos no cânon palestino dos judeus. Por outro lado, tudo indica que os judeus que viviam no Egito teriam incluído tais livros (traduzidos para o grego) no cânon alexandrino. Evidências recentes, entretanto, laçam dúvidas sobre isso.
Alguns críticos da Bíblia argumentam que a Igreja não tinha a Bíblia como tal até quase o início do quinto sáculo. Isso, porém, é uma distorção de todo o processo do desenvolvimento canônico. A igreja reuniu-se em concílio em várias ocasiões nos primeiros séculos para decidir as disputas sobre quais livros pertenciam propriamente ao cânon.
O Cânone Bíblico designa o inventário ou lista de escritos ou livros considerados pelas religiões cristãs como tendo evidências de Inspiração Divina. Cânone, em hebraico é qenéh e no grego kanóni. A formação do cânone bíblico se deu gradualmente. Foi formado num período aproximado de 1 500 anos.
A formação do cânone bíblico se deu gradualmente. Foi formado num período aproximado de 1 500 anos. Começou com o profeta Moisés e terminou com o sacerdote e copista Esdras, contemporâneo de Neemias. Os cristãos protestantes acreditam que o último livro do Antigo Testamento foi escrito pelo profeta Malaquias. Para os católicos e ortodoxos foi o Eclesiástico ou Sabedoria de Sirácida.
O profeta Moisés começou a escrever os primeiros cinco livros canónicos (ou Pentateuco) cerca de 1491 a.C.. De acordo com a Bíblia, Deus mandou que se escrevesse o registo da Batalha de Refidim.(Êxodo 17:14). Depois vieram os Dez Mandamentos (34:1,27,28). Recapitulação dos acontecimentos é feita em Deuteronómio 9:9-17 10:1-5. São também referidos escritos ou livros anteriores como consultados, para além da tradição oral transmitida de geração em geração.
Segundo a literatura judaica, Esdras, na qualidade de escriba e sacerdote, presidiu um conselho formado por 120 membros chamado Grande Sinagoga que teria selecionado e preservado os rolos sagrados. Alguns acreditam que naquele tempo o Cânone das Escrituras do Antigo Testamento foi fixado (Esdras 7:10,14).
O Antigo Testamento ou as Escrituras Hebraicas constituem a primeira grande parte da Bíblia Cristã, e a totalidade da Bíblia Hebraica, foram compostos em hebraico ou aramaico.

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Chama-se também Tanakh ( em hebraico תנ״ך ), acrônimo lembrando as grandes divisões dos escritos sagrados da Bíblia Hebraica que são os Livros da Lei ou Torá (do hebraico תּוֹרָה ), os livros dos profetas ou Nevi'im (do hebraico נביאים) , e os chamados escritos, ou Ketuvim (do hebraico כתובים). Entretanto, a tradição cristã divide o antigo testamento em outras partes, e reordena os livros.

As nações cananéias
Quando Abrão chegou em Canaã por volta do ano 2000 a.C., era mais um semita que vinha somar-se à população camita da terra de Canaã. A região era ocupada por diversas tribos conhecidas sob o nome geral de cananeus (Genesis 12.6, 24.3,37), por ter origens na descendência do filho mais novo de Cão (neto de Noé), chamado Canaã.

Gênesis 10:14-16, lista nove povos em Canaã e mais os filisteus e caftorins. São eles: heteus, amorreus, periseus, heveus, jebuseus, girgaseus, arqueus, sineus, arvadeus, zamareus, hamateus.  Os únicos relatos conhecidos até hoje, sobre estes povos, estão na Bíblia, por isto ainda não é possível determinar com precisão os limites das tribos primitivas de Canaã, por falta de dados sobre suas origens, idiomas e costumes. Provavelmente, cada povo constituia-se num reino e foram subordinados ao Egito. Os mais importantes são:
Heteus
Descendem de Hete, filho de Canaã (Genesis 10.15). Abrão os encontrou em Hebrom (Gênesis 23), Esaú, irmão de Jacó, casou-se com duas mulheres hetéias (Gênesis 26.34,35), na região de Berseba, sudoeste da Palestina. Durante a peregrinação dos hebreus, quando Moisés enviou os doze espias para o reconhecimento da terra que haviam de ocupar, os heteus são citados entre outros povos presentes nas montanhas do sul da Palestina (Numeros 13.29), também fizeram parte de uma aliança contra os hebreus sob o comando de Josué a leste de Jerusalém (Josué 9.1,2). Quando da volta do cativeiro, nos dias de Esdras, por volta de 450 a.C., os israelitas encontram os heteus na Palestina e casam-se com suas filhas, cometendo abominação contra o Senhor (Esdras 9.1,2).
Cananeus
Conforme a ordem divina, os cananeus, como os demais povos da Terra Prometida, deveriam ser exterminados por causa de seus pecados (Deuteronômio 9.5), entretanto os israelitas não o fizeram, pois são citados no recenseamento de Davi muitos séculos mais tarde (2 Samuel 24.7). Houve miscigenação de cananeus com israelitas (1Crônicas 2.3), um dos apóstolos citado em Mateus 10.4, era cananeu.
Amorreus
No tempo da conquista os amorreus habitavam as regiões sul e leste de Jerusalém e a Transjordânia (Números 13.30).
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Foi o povo que ofereceu mais resistência ao avanço dos israelitas na Terra Prometida, conforme o relato sobre a batalha de Gibeom, quando Josué pediu a Deus que o Sol e a Lua se detivessem (Josué 10.4,5).
Perizeus
Seu nome não é apresentado na lista dos filhos de Cão (Gênesis 10. 15-20), portanto parece não ter origem camita. No tempo de Abraão eles estavam entre os cananeus na região de Betel (Gênesis 13.7). Nos dias de Jacó havia uma colônia deste povo nas proximidades de Siquém (Gênesis 34.30) e logo após a morte de Josué, travaram batalha com as tribos de Judá e de Simeão (Juizes 1.1-5).

Heveus
Este povo de origem camita (Gênesis 10. 15-17), aparece no tempo de Jacó, próximo a Siquém, onde um heveu violentou Diná, filha de Jacó (Gênesis 34). Aparece também uma comunidade em Gibeom, que escapou de ser exterminada por Josué através de um tratado de paz, que os tornou rachadores de lenha e tiradores de água para os israelitas (Josué 9). Ocupavam uma área a oeste do monte Hermom (Josué 11.3 e Juizes 3.3).

Jebuseus
Este povo habitava em Jerusalém. Resistiram aos ataques de Josué e de seus exércitos (Josué 10.23,24). Somente mais tarde, em 993 a.C., quando Jerusalém foi proclamada capital do reino de Israel (2 Samuel 5.6-9) é que os jebuseus foram expulsos de seu lugar. No entanto, não foram exterminados pois a área em que Salomão mais tarde edificou o templo, foi comprada por Davi de um jebuseu chamado Araúna (2 Samuel 24.18-25).

Girgaseus
Segundo Gênesis 10.16, os girgaseus eram camitas. Foram citados várias vezes na Bíblia mas, não se sabe em que parte da Palestina habitaram. Alguns autores acreditam que este povo tenha ocupado alguma área na margem ocidental do Jordão, ou a oeste de Jericó. Muitos povos foram destruídos na conquista da Terra Prometida, como os enaquins (Josué 11.21-23), os Refains (Gênesis 13.5), provavelmente, muito altos como Ogue, rei de Basã cuja cama de ferro media aproximadamente, 4 metros de comprimento por dois de largura (Deuteronômio 3.11).


Uma introdução à Cronologia do Mundo Bíblico

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O que é Cronologia?
A Cronologia (do grego cronos=tempo; logia= estudo, tratado) é a Ciência que estuda as divisões do tempo e a determinação da ordem e sucessão dos acontecimentos. A Cronologia Bíblia é uma especialização desta ciência e visa a identificação cronológica, ou seja, por datas organizadas, dos eventos narrados na Bíblia.

Panorama Cronológico do Antigo Testamento:
Não poderemos incluir, aqui, uma cronologia completa de todos os acontecimentos do Antigo Testamento.  O que faremos a seguir é apresentar os principais períodos da História Bíblica, dos Patriarcas a volta do Exílio Babilônico, cerca do V século aC. Faz-se importante ressaltar que muitas destas datas são incertas, já que se referem a acontecimentos muito antigos, sobre os quais há poucas informações na Bíblia ou fora dela, e que, portanto, torna-se muito difícil organizá-los em uma Cronologia.
Época dos Patriarcas - Os primeiros acontecimentos Históricos narrados na Bíblia, ou seja, possíveis de serem datados, remontam à Abraão, por volta de 1850 aC. Com ele se inicia o período conhecido como Época dos Patriarcas. Este período, que finaliza por volta de 1778 a 1610 aC., compreende, desde a instalação dos Patriarcas em Canaã até o seu deslocamento para o Egito.
Permanência no Egito - É provável que os hebreus tenham permanecido no Egito até 1250 aC. Ali o povo cresceu muito e chegou a ser escravizado.
Êxodo - Segundo os estudiosos, a saída dos hebreus do Egito ocorreu por volta de 1250 aC.
Instalação na Palestina - A chegada dos hebreus em Canaã aconteceu cerca de 1230 aC. Este povo levou mais ou menos dois séculos conquistando e organizando-se neste território. Este período, que finaliza com a unção de Saul como rei por volta de 1030 aC, também é conhecido como Época ou período dos juízes.
Reino de Israel - Este período abarca os reinados de Saul (1030-1010 aC.), momento de transição da organização em tribos para o sistema monárquico; de Davi (1010-971 aC), etapa de grandes campanhas militares; e de Salomão (971-931 aC), época de grande estabilidade e riqueza, quando é criada uma corte em Jerusalém.
Reino Dividido: Judá e Israel - Após a morte de Salomão, as tribos do norte se separaram, criando o reino de Israel ou do Norte. Este reino possuía uma área geográfica maior e era mais rico que o reino do Sul ou de Judá. Porém, politicamente era instável, ao contrário do de Judá, que continuou governado pela dinastia de Davi. O Reino de Israel iniciou-se com o reinado de Jeroboão I, após a morte de Salomão, em 931 aC, e se prolongou até 722 aC, quando este reino foi conquistado pelos Assírios. Já o reino de Judá, também inaugurado após a morte de Salomão, teve como primeiro rei Roboão, seu filho, e prolongou-se até a conquista pelos babilônicos em 597 aC.
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Exílio Babilônico - Muitos judeus foram deportados para a Babilônia, onde viviam organizados em comunidades. O exílio prolongou-se de 597 aC, momento em que foi realizada a primeira deportação, até 539 aC, quando o Império Babilônico chega ao fim após sua conquista pelos persas.
Volta do Exílio e reorganização de Judá - Em 538 aC Ciro, rei dos Persas, assina um edito que põe um ponto final ao exílio judaico na Babilônia. No ano seguinte, inicia-se a volta para a Judéia. Este período é marcado pela reconstrução das muralhas e do Templo de Jerusalém. Como a Judéia perdeu a sua autonomia política, os judeus passaram a ser organizados pelo grupo de sacerdotes e por governadores impostos pelos impérios que dominavam a região. Após o domínio persa, que finaliza em 331 aC, a Judéia passa a ser controlada pelos gregos.
Conclusão:
A cronologia bíblica é um auxílio importante para os que querem conhecer melhor o texto bíblico, pois nos permite situar no tempo as personagens e os acontecimentos narrados na bíblia, bem como os próprios textos. Sem dúvida, quando temos o conhecimento de quando atuou, por exemplo, o profeta Ezequial, suas mensagens se tornarão muito mais compreensíveis para nós.
Um estudo cronológico não é um estudo histórico, já que o historiador tem preocupações bem diferentes da do cronógrafo, mas é um instrumental fundamental para conhecermos melhor a cultura e a história de um povo, em nosso caso, os povos mencionados no Antigo Testamento.
 
Pentateuco

Os cincos primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O escritor foi Moisés.

Alguns teólogos, rejeitando a veracidade dos acontecimentos registrados nos primeiros capítulos do Gênesis, mas ao mesmo tempo reconhecendo seu valor religioso, chamam “mito” tais narrativas como as do Éden e da queda, querendo dizer “mito” não apenas uma lenda, mas, antes, uma história que transmite ensinamento espiritual de significado permanente. Contudo a historicidade do livro de Gênesis está tão relacionada à autoridade de Cristo, que não pode ser colocada numa categoria mítica, sem impugnar a perfeição do Seu conhecimento. A inspiração do Gênesis e o seu caráter de revelação estão autenticados pelo testemunho de Jesus Cristo (Mt 19:4-6; 24:37-39; Mc 10:4-9; Lc 11;49-51; 17:26-29, 32; Jô 7:21-23; 8:44, 56).
Os cinco livros que compõe o Pentateuco têm lugar peculiar na estrutura da Bíblia e uma ordem que inegavelmente é a ordem da experiência do povo de Deus em todas as dispensações.
O Gênesis é o livro das origens – do início da vida e da ruína por causa do pecado. Suas primeiras palavras, “No princípio... Deus” fazem contraste notável com o final, “num caixão no Egito”. Em Gênesis vemos a aliança Abraãmica (Gn 12:1-3; 15:4-16; 17:1-10; 22:15-18).
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O Êxodo é o livro da redenção, a primeira necessidade de uma raça arruinada. Em Êxodo vemos a aliança mosaica (Ex 19:1-9; 20). Nos mandamentos, Deus ensinou a Israel Suas justas exigências. A experiência sob os mandamentos convenceu Israel do pecado; e a provisão do sacerdócio e os sacrifícios ( cheios de tipos de Cristo ) deu a um povo culpado um meio de obter perdão, purificação e restauração da comunhão e adoração.
O Levítico é o livro do culto e da comunhão, o exercício apropriado aos remidos.  O vocabulário  do sacrifício permeia o livro; as palavras “sacerdote”, “sacrifício”, “sangue” e “oferta” ocorrem com muita freqüência; e “qodesh”, traduzido para “santidade” ou “santo”, aparece mais de 150 vezes. Observe também a repetida ordem: “Sereis santos, por que eu sou santo” (11:44; 19:2; 20:7, 26).
Números fala das experiências de um povo peregrino, os remidos passando por um cenário hostil a caminho de uma herança prometida. Salvos do Egito, possuidores da Lei, conduzidos por Moisés, olhando diariamente para Tabernáculo, e sobrenaturalmente guiados pela nuvem e pela coluna de fogo; os israelitas  deveriam ter marchado triunfantemente na perfeita vontade de Deus. Mas, em vez disso, falharam repetidamente, como este livro registra. O primeiro ano e meio (aproximadamente) dos quarenta anos de Israel está registrado em Êxodo 12:37 – Nm 14:45; e ao os últimos meses, em Nm 20:40 até o final do livro.
Deuteronômio, retrospectivo e perspectivo, é um livro de instruções para os remidos que vã tomar posse da herança. Começa com uma revisão da história de Israel, depois desenvolve algumas das leis básicas dos livros precedentes e conclui com um série de profecias, estendendo-se pela história de Israel até seu retorno à Palestina. È mencionado mais de oitenta vezes no N.T. e foi citado por Cristo mais do que qualquer outro livro do V.T. Destacam-se no livro os conceitos do amor de Deus e da obediência do homem.

O Dilúvio - O dilúvio começou no 2º mês e 17º dia do ano 600 da vida de Noé (Gn 7:1). Choveu quarenta dias e quarenta noites (7:12); as águas continuaram subindo ( 7:8), chegando seu nível mais alto no 150º dia (7:24). A arca repousou em algum ponto de uma montanha chamada de Ararate ( isto é, na Armênia, 8:4), no 7º mês e 17º dia (isto é, 74 dias depois).

1 - Gênesis
O nome significa “princípio ou Origem”. Foi escrito provavelmente no deserto, por volta de mais ou menos 1.500 a.C. e cobre mais de 2.315 anos da história da humanidade. É a história do princípio de todas as coisas - o princípio dos céus e da terra, o princípio de todas as formas e de todas as instituições e relações humanas. Abrange um período de cerca de 4004 a 1689 AC.  Com Gênesis também começa a progressiva auto-revelação  de Deus que culmina em Cristo. Os três primeiros nomes da Divindade – ELOIM, JEOVÁ E ADONAI, também aparecem aqui. A inspiração do Gênesis e o seu caráter de revelação divina estão autenticados pelo testemunho de Jesus Cristo (Mt 19:4-6; 24: 37-39; Mc 10:4-9; Lc 11:49-51; 17:26-29; Jo 7:21-23; 8:44,56).

Conteúdo: Criação (1, 2); Queda (3); As primeiras civilizações (4) ; Os primeiros Patriarcas (5); O dilúvio (6-9); Dispersão das nações (10,11); Abraão (12-27); Jacó (25-36) e José (37-50).

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Ponto Histórico
É bem provável que o período que vai do surgimento da humanidade até o de Abraão, que aparece pela primeira vez no final de Gênesis 11, seja bem maior do que o período aproximado de 4000 anos que vai deste até os nossos dias. Evidências arqueológicas têm demonstrado que por volta do ano 8000, ou seja, 6000 anos antes das peregrinações de Abraão pelos territórios de Canaã, esta região já era habitada por comunidades bem desenvolvidas.
Pode-se dizer que o período dos patriarcas de Israel, vai do surgimento de Abraão no Capítulo 11 de Gênesis até o primeiro capítulo de Êxodo, o qual apresenta uma lista dos filhos de Jacó. A história dos patriarcas teve seu início na Mesopotâmia, mais especificamente na cidade de Ur dos Caldeus, passou por Canaã e terminou no Egito. Na opinião de muitos, os Patriarcas entraram no Egito na época em que este era dominado pelos hicsos. Isto explicaria em parte a benevolência para com Jacó e seus filhos, pois existe a possibilidade destes conquistadores, serem de origem semítica.

Genealogia dos Patriarcas


Abraão
Sara


     Isaque
Rebeca


       Jacó

Zilpa
Lia
Raquel
Bila

Rúben



Simeão



Levi



Judá








Naftali
Gade



Aser




Issacar



  10º Zebulom




11º José



  12º Benjamim



2 - Êxodo
O nome Êxodo vem do grego e significa “sair”, e foi assim chamado porque registra a saída de Israel do Egito. Os filhos de Israel se haviam multiplicado muito, até serem 3.000.000 de almas. Uma substituição da Dinastia reinante do Egito sentenciou-os a uma cruel escravidão. Oprimido pelos Egípcios, Israel necessita de Libertação.


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Esta libertação foi realizada por intervenção Divina e foi milagrosa. Depois da realização da redenção do Egito, foi dada a lei, seguida pela revelação do culto aceitável, quando prestado no tabernáculo, com seus sacrifícios e o sacerdócio assistente.
Os acontecimentos registrados em Êxodo abrangem um período de 1706 a 1490 AC. Conteúdo: Israel redimido (3-15:22);  Israel viajando ao Sinai (15:23-19); Israel recebendo as Leis (20-24); Tabernáculo e Sacerdócio (25-29); Idolatria  e Concerto (34) e o Levantamento do tabernáculo (35-40).

Ponto Histórico

Muitos anos se passaram, depois que Jacó e sua família entraram no Egito, antes que de lá saíssem. O primeiro capítulo de Êxodo nos informa que um novo rei assumiu o poder. Uma dinastia realmente egípcia, a qual teria expulsado os dominadores anteriores que, possivelmente, eram estrangeiros.  Possivelmente tenha sido Ramsés II o faraó que oprimiu o povo. Depois de muito sofrimento surge o libertador. Ele era Moisés: homem culto, descendente de Levi, criado pela filha de faraó. Moisés se aresenta para libertar o pvo com a ajuda de seu irmão Arão. A libertação só acontece depois da demonstração do poder de Deus a faraó e seus súditos, por um período que não deve ter sido muito curto, pela natureza das pragas que atingiram o Egito. Lendo no relato bíblico e observando a relação das pragas podemos perceber que o período foi longo. Vejamos:

1ª praga
     Águas transformadas em sangue
2ª praga
     Rãs se reproduziram em abundância
3ª praga
     Homens e gado infestados de piolhos
4ª praga
     Enxames de moscas invadiram o Egito
5ª praga
     Os animais foram atingidos por uma peste
6ª praga
     Homens e animais foram atingidos por úlceras e tumores
7ª praga
     Chuva de pedras atingiu as plantações
8ª praga
     Gafanhotos invadiram o Egito
9ª praga
     O Egito foi envolto em travas
10ª praga
     Morrem todos os primogênitos dos egípcios e de seus animais


Só depois da décima praga é que faraó deixou o povo partir. Mas tentou evitar uma vez mais que seus escravos fossem libertos. Os egípcios perseguiram Israel, mas acabaram derrotados e, quando procuraram cruzar o mar de Juncos, da mesma forma que os israelitas haviam feito, depois que este milagrosamente foi aberto dando passagem ao povo (Êxodo 14).
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3 – Levítico

Chama-se assim pelo fato de ser um registro de leis referentes aos Levitas e seu serviço. Baseia-se no nome de Levi um dos doze filhos de Jacó. O tema do livro é a santidade. O vocabulário do sacrifício permeia o livro; as palavras ‘sacerdote’, ‘sacrifício’, ‘sangue’ e ‘oferta’ ocorrem com muita freqüência; e ‘qodesh’, traduzido para ‘santidade’ ou ‘santo’, aparece mais de 150 vezes. Observemos também a seqüência: ‘Sereis santos, porque eu sou santo’ (11:44,45; 19:2; 20:7, 26). Observemos que as criaturas aceitáveis para o sacrifício são cinco:
O novilho ou boi
 Tipo de Cristo como Servo paciente e sofredor, ‘obediente até a morte’ (Is. 4,5; Fl 2:5-8). Sua oferta neste sentido é substitutiva, pois nós somos desobedientes.
A ovelha ou cordeiro
Tipo de Cristo em submissão sem resistência a morte da cruz (Is.53:7; Atos 2:32-35)
O cabrito
Tipo do pecador (Mt 25:33,41-46) e, quando usado sacrificialmente é tipo de Cristo “aquele que não conheceu pecado... o fez pecado por nós (II Co 5: 21). O Santo foi feito maldição em nosso lugar (Gl 3:13), quando pregado na cruz.
 A Rola
Símbolo da humildade e da pobreza ( Lev. 5:7). Ofertado pelo pecado e por holocausto.
 A Pomba
Símbolo da humildade, da pobreza e da inocência sofredora (Lev. 5:7; Is 38:14; 59:11). Ofertado pela pecado e por holocausto.

Conteúdo: Levítico é um livro de leis. Leis referentes as ofertas (1-7); Leis referentes ao Sacerdócio (8-10); Leis referentes á purificação (11-22); Leis referentes ás Festas: “O Sábado, a Páscoa e a festa dos pães asmos, As primícias, Pentecostes, festas das trombetas e o dia da expiação.” (23-24) e Leis referentes á Terra.

4 - Números:

Aqui vemos Israel servindo. Além de ser um livro de serviço e ordem, é o livro que registra o fracasso de Israel, que por não crer nas promessas de Deus, não entrou em Canaã, e , conseqüentemente, peregrinou no deserto por 40 anos. O livro recebe este nome pelo fato de registra os dois recenseamentos de Israel antes em Canaã.Conteúdo: Leis no Sinai a Cades-Baméia (10-19) e de Cades a Moabe (20-36). O quarto livro do Pentateuco deriva seu nome dos dois censos de Israel mencionados no livro. Narra eventos que ocorreram na região do monte Sinai, durante as peregrinações dos israelitas no ermo e Moabe.
Este nome Números foi usado pela primeira vez na tradução grega da versão LXX, sendo bastante adequado, pois todo o livro esta repleto de números.
Mais de uma vez explica que, Moisés se dedicou a registrar cada sitio onde os hebreus acampavam, todos os oásis e cada acampamento, e as palavras concludentes do livro também indicam ser ele o escritor do relato. — 36:13. Estas alusões explicam perfeitamente como estas antiquíssimas descrições puderam chegar a nós, intactas.
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A narrativa abrange um período de 38 anos, entre 1512 a 1473 a.C. (Números 1:1; Deuteronômio 1:3, 4) Estas descrições incluem os acampamentos das tribos (1:52, 53), a ordem de marcha (2:9, 16, 17, 24, 31) e os sinais de trombeta para a assembléia e o acampamento (10:2-6). A lei sobre a quarentena. (5:2-4) Diversas outras ordens são dadas: o uso de trombetas (10:9), a separação das cidades para os levitas (35:2-8), a ação contra a idolatria e os cananeus (33:50-56), a escolha das cidades de refúgio, instruções sobre como lidar com homicidas acidentais (35:9-33), e leis sobre heranças e o casamento. (27:8-11; 36:5-9).
Números é história, mas não história por si mesma, mas dedicada a narrar os atos do Deus de Israel. Mesmo assim, a historicidade deste livro é suficientemente sólida para ser tecnicamente aceito hoje em dia, inclusive em aspectos particulares como a chegada a Cades, que tem sido confirmada pela arqueologia. A Respeito de Cades, nada se conta em Números sobre os 38 anos que passaram naquele lugar. Em todo o livro, Moisés mantém a narração, apenas a interrompendo-a para inserir textos jurídicos.
O grande criador dos pesos e medidas é YHVH. Números conta como Deus organizou o seu povo em Doze tribos de Israel, descendentes dos doze filhos varões de Jacó, e como este a transformou numa assembléia santificada.
Com o tempo, seriam reconhecidos como "filhos de Abraão" pela religião e a espiritualidade. A sociedade israelita e o autor não faziam distinção entre os israelitas e imigrantes: todos os que viviam na Terra Prometida em obediência e observação das leis de Deus deviam ser irmãos entre si.
As doze tribos de Israel são registradas e organizadas. Os israelitas recebem ordens relacionadas a sua adoração e seus tratos com outros, mas há falta de respeito para com os representantes Deus e desobedecem às suas ordens. YHVH abençoa Israel, mas insiste na adoração exclusiva ao passo que a nação se prepara para entrar em Canaã.

5 - Deuteronômio

Significa “Segunda Lei”. Chama-se assim pelo fato de repetições das Leis. Conteúdo:Resumo das jornadas de Israel  (1-4); Resumo da Lei (5-27); Bênçãos e Maldicões  possiveis (27-30) e a despedida de Moisés(31-34).
Contém os discursos de Moisés ao povo, no deserto, durante seu êxodo do Egito à Terra Prometida por Deus. O nome é de origem grega e quer dizer segunda lei ou repetição da lei.
Os discursos contidos nesse livro, em geral, reforçam a idéia de que servir a Deus não é apenas seguir sua lei. Moisés enfatiza a obediência em conseqüencia do amor: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e com todo o teu entendimento". Também é enfatizado o "caminho da benção e da maldição", no qual Deus previne o povo a seguir seus mandamentos,   pelos   quais  o povo  ou  seria abençoado, ou receberia maldições,
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(porém, caso se arrependesse e voltasse a seguir de coração a Deus, ele se arrependeria e perdoaria o povo).
No Novo Testamento cristão, Jesus é a principal autoridade que atesta a autenticidade de Deuteronômio, citando-o três vezes ao repelir as tentações de Satanás, o Diabo. (Mt 4:1-11; De 6:13, 16; 8:3) Também, Jesus respondeu à pergunta quanto a qual era o maior e o primeiro mandamento por citar Deuteronômio 6:5. (Mr 12:30) E Paulo cita Deuteronômio 30:12-14; 32:35, 36. — Ro 10:6-8; He 10:30.
O tempo abrangido pelo livro de Deuteronômio é um pouco superior a dois meses, no ano de 1473 AEC. Foi escrito nas planícies de Moabe, e consiste em quatro discursos, um cântico e uma bênção, da parte de Moisés, enquanto Israel acampava nas fronteiras de Canaã, antes de entrar nessa terra. — De 1:3; Jos 1:11; 4:19. Avisos e Leis. Deuteronômio está repleto de avisos ao povo hebreu contra a adoração falsa e a infidelidade, bem como de instruções sobre a maneira de lidar com tais, de modo a preservar a adoração pura. Algo notável em Deuteronômio é a exortação à santidade. Admoestava-se os israelitas a não se casarem com pessoas das nações em sua volta, porque isto representaria uma ameaça para a adoração pura e a lealdade a Jeová. (De 7:3, 4) Foram avisados contra o materialismo e a autojustiça. (8:11-18; 9:4-6) Foram feitas fortes leis referentes à apostasia. Eles deviam cuidar-se bem, a fim de que não se desviassem para outros deuses. (11:16, 17) Foram avisados contra os falsos profetas. Foram dadas instruções, em dois lugares, sobre como identificar um falso profeta e como lidar com ele. (13:1-5; 18:20-22) Até mesmo se um membro da própria família se tornasse apóstata, a família não devia ter pena dele, mas devia tomar parte em apedrejá-lo até a morte. — 13:6-11.
As cidades de Israel que apostatassem deviam ser devotadas à destruição e nada delas devia ser preservado para benefício pessoal de alguém. Tal cidade nunca deveria ser reconstruída. (De 13:12-17) Os delinqüentes cujos pais não conseguissem controlá-los deviam ser apedrejados até morrerem. — 21:18-21.
A santidade e o isentar-se da culpa de sangue foram destacados pela lei relativa ao modo de se lidar com um caso de homicídio não solucionado. (De 21:1-9) Indicando o zelo pela adoração pura, Deuteronômio continha regulamentos sobre quem podia tornar-se membro da congregação de Jeová, e quando. Nenhum filho ilegítimo, até a décima geração, nem moabita ou amonita, por tempo indefinido, e nenhum eunuco podia ser admitido. Todavia, egípcios e edomitas da terceira geração podiam tornar-se membros da congregação. — 23:1-8.
Deuteronômio esquematiza o arranjo judicial para Israel, quando se fixasse na Terra da Promessa. Delineia as habilitações para juízes, e o arranjo de tribunais nos portões das cidades, sendo o santuário o supremo tribunal do país, cujos julgamentos deviam ser seguidos por todo o Israel. — De 16:18–17:13.


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Moisés - Josué
Egito: Novo Império (1550-1070: numerosas campanhas de Tutmés III en Canaã entre 1470 e 1440.
1550
Bronze Recente I (1550-1400). Tabuletas de Taanak.
Reinado de Amenófis IV/Aquenaton (1364-1347). Capital: Tell el-Amarna.
1400
Bonze Recente II (1400-1200) Cartas de el-Amarna (os Hapiri: Abdihepa, rei de Jerusalém).
Novo império hitita (1450-1090).

Ugarit (=Ras Shamra): tabuletas alfabéticas (séc. XVI); mitos e lendas.

Egito (19ª Dinastia): Sethi I (1317-1304). Ramsés II (1304-1238): campanha contra os hititas, seguida de posterior aliança com eles.
1300
Presença egípcia en Canaã (estela de Bet- -Shean).

Moisés no Egito; corvéia imposta aos hebreus para a construção de Pi-Ramsés (Ex 1,11).

1250
Êxodo do grupo de Moisés entre 1250 e 1230.
Merneptá (1238-1209): estela do ano 5, mencionando uma vitória sobre um grupo chamado "Israel".
Invasão de tribos em Canaã pelo sul ou — um pouco mais tarde — pelo centro com Josué (c. 1230-1220).

Origens de Israel
O registro histórico mais antigo que se conhece sobre o nome Israel data do ano 1210 a.C., mencionado na Estela de Merneptah (num poema dedicado ao faraó Merneptah), em que o nome não é associado a um local geográfico, mas a um povo.
O Povo de Israel ("Aquele que luta ao lado de Deus") surgiu de grupos nômades que habitavam a Mesopotâmia há cerca de cinco mil anos e que posteriormente rumaram para a região do Levante por volta do ano 2000 a.C.. No fim do século XVII a.C., por motivo de uma grande fome, Israel emigrou ao Egito, onde o governador da época era José, filho de Jacó (Israel). Dentro de um período de quatrocentos anos, com a morte de José e a sucessão do faraó, o Egito com medo do grande crescimento do povo israelita, escravizou Israel. Após o fim do cativeiro no Egito, os israelitas vagaram pela região da Península do Sinai, reconquistando uma parte de seu território original no Levante, sob o comando do rei Saul por volta de 1029 a.C..
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Segundo os relatos tradicionais, foi durante o reinado de Saul que, pressionados pelas constantes guerras com os povos vizinhos, as 12 tribos de Israel se unificaram, formando um único reino.

LIVROS HISTÓRICOS

           Os Livros Históricos contam a ascensão e a queda da teocracia, os cativeiros de  Israel e Judá, o retorno da terra prometida (Gn. 1:18-21;Ed.2:1) e a restauração do templo e da cidade de Jerusalém. São eles 12 livros: Josué,Juízes, Rute,I e II Samuel , I e II Crônicas, Esdras Neemias e Éster.

1- Josué

Autor: Josué. exceto os últimos versos (24:29-33) que teriam sido adicionados pelo sacerdote (Finéias). Tema:A conquista de Canaã ;Data : Cerca de 1425 AC. Abrange um período de mais ou menos 25 anos.Josué foi o sucessor de Moisés ( 1: 1-9) .Conteúdo:Conquista (1-12); A terra dividida (13-22) ; A despedida de Josué (23-24).
Yehoshua ou Josué é designado por Moshê (Moisés) com a missão de introduzir o povo de Israel na terra prometida. O livro narra como a terra de Kanaam (Canaã) foi conquistada (Jos. 1-12) e a posterior repartição da terra entre as tribos (13-21). Seguem alguns apêndices (22-24) que dão conta da Assembléia de Sikhem e das disposições finais de Yehoshua ao povo.
Conforme o relato do livro, após a morte de Moisés, Josué entra na terra de Canaã, atravessando milagrosamente o rio Jordão. Sob a orientação divina, os israelitas conquistam a fortificada e temida cidade de Jericó, cujas muralhas vieram a ser derrubadas enquanto o povo tocava as trombetas. A partir dessa vitória estratégica, ocorrem várias batalhas nas quais, quase sempre, os israelitas saíam vencedores. Outras cidades importantes como Ai também são tomadas e Josué vence a vários reis, demorando em torno de sete anos para ocupar parcialmente a terra prometida.

2-Juízes

Autor: Segundo a tradição judaica, foi Samuel. Tema: Derrota e Livramento. Israel se contamina com o pedado das nações ao seu redor, idolatria e imoralidade. Isto lhes trouxe o juízo de Deus em forma de servidão. Quando clamavam a Deus, Ele lhes enviava um libertador. Depois da morte deste libertador, tornavam-se aos velhos pecados. Data:  Escrito no 11º século a.C. Conteúdo: A razão para os Juízes (1-3:4); História dos 13 Juízes: “Otnie, Eúde, Sangar, Débora, Baraque, Gideão, Tola, Jair, Jefté, Ibsã, Elon, Abdom, Sansão” (3:5-16:31) A anarquia de Israel (17-21:25).
Juízes trata da história dos israelitas entre a conquista da terra de Canaã no final da vida de Josué até o estabelecimento do primeiro reinado.

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Escrito originalmente em hebraico, sua autoria é até hoje incerta, embora alguns afirmem que poderia ter sido profeta Samuel, durante o reinado de Saul, em torno de 1050 a.C.. Outros, porém, defendem a tese de que o livro teria sido elaborado durante o exílio na Babilônia, depois de 586 a.C., por pessoas anônimas.
Juízes retrata um período de aproximadamente três séculos em que os israelitas, encontrando-se na terra prometida, desviaram-se dos mandamentos divinos praticando a idolatria e que por isso chegaram a ser derrotados pelas nações vizinhas ou próximsa que passavam a oprimir o povo. Então os israelitas arrependiam-se e pediam a ajuda de Deus. Surgiam assim líderes heróicos para resgatarem o povo de Israel dos inimigos e restabelecerem a obediência à lei mosaica.
O primeiro juiz teria sido Otniel, o qual teria libertado os israelitas do rei Cusã-Risataim. Após a morte de Otniel, os israelitas novamente afastam-se dos mandamentos de Deus e são dominados pelos moabitas. Novamente é levantado um novo juiz, Eúde que livra o povo de seus opressores.
Assim, seguem novos períodos sob a liderança dos juízes em que, repetidamente, os israelitas voltam a adorar deuses pagãos, são dominados por outros povos, arrependem-se e são mais uma vez libertos.
O último juiz da história dos israelitas foi Sansão, o qual possuía uma força excepcional e teria liderado o povo contra os filisteus, mas foi traído por Dalila ao lhe revelar que o segredo de sua força encontrava-se nos seus cabelos.
Entre alguns juízes durante essa época que mais se destacam no livro estão Débora, Gideão e Sansão. O livro termina relatando a decadência moral dos israelitas, assim concluindo no verso 6 do caítulo 17.
Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto.
Juízes de Israel
Após a morte de Josué  e dos anciãos, veio uma situação anárquica, em que não havia obediência aos mandamentos divinos (Jz 2.12-15). E em conseqüência disso certas pessoas foram escolhidas por intervenção divina, para governarem a nação como juízes ou libertadores. Não tinham poder de fazer novas leias, mas somente o de julgarem em conformidade com a lei de Moisés. Havia neles, também o poder executivo, embora a sua jurisdição se estendesse somente algumas vezes a certa parte do país. Não tinha estipêndio estabelecido, mas o povo estava acostumado a levar-lhes  presentes, ou oferendas. Esta forma de governo durou desde a morte de Josué até à escolha de Saul para ser rei, compreendendo um espaço de 460 anos.
Samuel foi o mais notável dos juízes, parecendo que na última parte de sua vida ele se limitava a exercer principalmente a missão de profeta. Sendo Saul rei, finalizou a forma teocrática de governo (1Sm 8.7).
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A pessoa do juiz era considerada santa e sagrada, de modo que consultá-lo era o mesmo que “consultar a Deus” (Ex 18.15). Era ele divinamente dirigido, não temendo então a face de ninguém.
Além dos juízes supremos, havia anciãos da cidade, que constituíam um tribunal de justiça, com o poder de resolver pequenas causas da localidade (Dt 16.18).

Os principais juízes foram quinze:
1-     Otniel (Jz 3.9) – De Judá, livrou a Israel do rei da mesopotâmia;
2-     Eúde (Jz 3.15) – Expulsou os amonitas e os moabitas;
3-     Sangar (Jz 3.31) – Matou 600 filisteus e salvou a Israel;
4-     Débora (Jz 4.5) – Associada a Baraque, guiando a Naftali e Zebulom à vitória contra os cananeus;
5-     Gideão (Jz 6.36) – Expulsou os midianitas do território de Israel;
6-     Abimeleque (Jz 9.1) – Pseudo libertador sem autoridade divina;
7-     Tola (Jz 10.1) – Subjugou os amonitas;
8-     Jair (Jz 10.3) – Subjugou os amonitas;
9-     Jefté (Jz 11.11) – Subjugou os amonitas;
10-  Ibsã (Jz 12.8) – Perseguiu os filisteus;
11-  Elom (Jz 12.11) – Perseguiu os filisteus;
12-  Abdom (Jz 12.13) – Perseguiu os filisteus;
13-  Sansão (jz 16.30) – Perseguiu os filisteus;
14-  Eli (1Sm 4.18) – Julgou a Israel como sumo sacerdote;
15-  Samuel (1Sm 7.15) – Agiu principalmente como profeta.

3-Rute

Autor: A tradição diz ser Samuel; Tema: O parente remidor; Data de acontecimento: Aproximadamente 1.325 AC. O livro de Rute abrange um período de cerca de 11 anos no tempo dos juízes. Conteúdo: Rute decidindo (1); Rute Servindo (2); Rute descansando (3); Rute recompensada (4).

O momento histórico exato não se conhece; todavia, Josefo, historiador judeu, opina que Rute é do tempo do sacerdote Eli (Antig. 5,9,1). Alguns acreditam que é da época de Gideão.
Este livro da Bíblia deriva seu nome de um dos seus personagens principais, Rute, a moabita. A narrativa mostra como Rute se tornou uma ancestral de Davi por meio do casamento de cunhado com Boaz, em favor de sua sogra, Noemi. O apreço, a lealdade e a confiança em YHVH que Boaz, Noemi e Rute demonstraram permeiam o relato. — Rute 1:8, 9, 16, 17; 2:4, 10-13, 19, 20; 3:9-13; 4:10.

3-    I Samuel
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Autor: Desconhecido ou Samuel até o capítulo 24 e Natã e Gade, o restante do livro; Tema: Samuel, Saul e Davi. Vai de mais ou menos 1171 a 1056. (115 anos). I Samuel 8:1- 9, (queda da teocracia).
Conteúdo: Ministério de Samuel (1-7); Saul, o primeiro rei (8-15); Davi perseguido (16:30) e a Derrota e morte de Saul  (28-31). Vai do nascimento de Samuel até a morte de Saul.

I Samuel conta a história de Samuel, um importante profeta, e do reinado do rei Saul até a sua morte, incluindo a guerra dos filisteus contra Israel e a grande façanha do jovem pastor David (mais tarde rei de Israel), ao derrotar o gigante Golias.
As Doze tribos de Israel achavam-se desorganizadas. No período relatado em I Samuel, o perigo em comum obrigou-as a unirem-se. A conclusão lógica deste processo seria o estabelecimento de uma monarquia centralizada.
Em consequência, os inimigos territoriais de Israel — Moabe, Edom e Amon - também se haviam organizado em forma similar, inclusive antes que os israelitas chegassem a Canaã, depois de sua grande peregrinação pelo deserto, após terem sido libertos da escravidão Egito. Outro inimigo de Israel, Síria também tinha um governo monárquico.
Os Reis de Israel são retratados nestes livros como cabeças legais e visíveis dum estado nacional organizado. No entanto, compreende-se que a transição não foi abrupta, mas seguiu-se de forma gradual. Logo depois do período dos Juízes, Deus escolhe o rei de Israel: Saul. O apoio e a direção de Deus sobre este israelita leva-o a alcançar grandes realizações. Esta nova instituição real aparece logo depois da vitória de Israel sobre Amom relatado em I Samuel. Logo após, o reinado de Saul recebe reconhecimento como autoridade nacional. - 1 Samuel cap.11.
Apesar da direção teocrática que a Bíblia outorga aos Reis de Israel e Judá, percebe-se que houve um desvio de proceder da parte de muitos destes, o que incluiu o rei Saul.
Assim como acontece com outros livros históricos do Antigo Testamento, mediante a mera leitura se evidencia que I Samuel não foi escrito com mero objetivo histórico, mas sua narração está fortemente ligada ao interesse religioso da antiga nação de Israel, e do seu Deus YHVH. Além disso, o registro está em completa harmonia com o restante das Escrituras.
O objetivo da união das 12 tribos, para maior glória de YHVH teria fracassado se não fosse o êxito da escolha do sucessor de Saul, Davi, monarca ideal do ponto de vista do cronista bíblico. Já Salomão e outros Reis posteriores mereceram a reprovação dos escritores de Crónicas e Reis.
Depois da reprovação de Saul, chega a fidelidade de Davi, nome que foi eleito como modelo de liderança esperado por YHVH. Sua autoridade não se compara com nada antes dele. De sua semente nasceria o Messias e esta promessa de esperança messiânica se estende por todos os tempos, até se consolidar com a vinda do Messias (Jesus Cristo).

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Saul foi sucedido por David, em torno do ano 1000 a.C., que expandiu o território de Israel e conquistou a cidade de Jerusalém, onde instalou a capital do seu reino. Sob o reinado de Salomão que Israel alcançou o apogeu, entre os anos 966 a.C. e 926 a.C..

4-    II Samuel

Autor: Desconhecido ou Natã e Gade (I Cr. 29:29). Tema: O reinado de Davi. Abrange um período de mais ou menos 40 anos. Vai da morte de Saul até a compra do local do Templo.
Conteúdo: A elevação de Davi (1-10); A queda de Davi (11-20) e Os últimos anos de Davi (21-24).
II Samuel conta a história de Israel a partir da morte de Saul (II Sam. 1-20) e o subsequente reinado de Davi, com um suplemento no final.(II Sam. 21-24). Em outras palavras, abrange, com seu livro irmão (I Samuel), o período que vai desde o estabelecimento de uma monarquia formal ate o fim do reinado de Davi. Inclusive um período de guerra civil, o transporte da Arca da Aliança a Jerusalém, o relato do pecado de Davi, um cântico de ação de graças, e a promessa de Deus sobre a descendência do rei. Digno de nota é a franqueza dos escritores, que não passam por alto nem mesmo os pecados e as faltas do Rei Davi.
Segundo o relato, Deus fez uma promessa a Davi:
2 Samuel 7:16: “A tua casa, porém, e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre.”

6-  I Reis

Autor: Desconhecido. Diz a tradição que Jeremias tenha compilado os registros de Natã e Gade; Tema: História de Israel sob os reis: Reino Unido e Dividido. Vai desde a morte de Davi até o reinado de Jorão. Abrange um período de 118 anos, de 1015 a 897 AC. Conteúdo: O estabelecimento do reino de Salomão (1-2); O reinado de Salomão e o Templo (3-11); Divisão e primeiros reis (12-16); O profeta Elias e o rei Acabe (17-22).

I Reis é um dos livros históricos do Antigo Testamento da Bíblia. É formado por 22 capítulos e sua narrativa dá continuidade aos acontecimentos narrados em II Samuel, iniciando-se com a coração do rei Salomão sobre todo Israel até o final dos reinados de Acabe e Josafá, os quais, respectivamente governaram o Reino de Israel e o Reino de Judá.
Assim, o livro trata do apogeu do reino de Israel, sua divisão em dois países entre as doze tribos após a morte de Salomão, a perversão moral tanto dos governantes quanto do povo que abandonaram a fé num único Deus para praticarem a idolatria aos deuses pagãos, mencionando os feitos do profeta Elias em seu ministério.
Roboão, filho de Salomão, sucede-lhe como rei em 922 a.C.

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Porém, o Reino de Israel foi dividido em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de Israel, e ao Sul, o Reino das Duas Tribos, também chamado de Reino de Judá, cuja capital ficou sendo Jerusalém.



I Reis

    JUDÁ                   ISRAEL

                                                         Roboão                 Jeroboão
                                                         Abias
                                                         Asa                       Nadabe
                                                                                      Baasa
                                                                                      Elá
                                                                                      Zinri
                                                         Josafá                   Onri
                                                                                      Acabe
                                                         Jeorão                  Acasias



7- II Reis

Autor: Acredita-se ser Jeremias; Tema: Reinos de Israel e Judá. Vai desde o reinado de Jorão em Judá e Acazias em Israel, até o cativeiro, predito pelo profeta Jeremias (II Cr. 36:21; Jr. 29:10). Abrange um período de 308 anos, de 896 a 588 AC. Este foi o grande período profético de Israel. Conteúdo: Final do ministério de Elias (1-2:13); Ministério de Elizeu (4:14-13:21); Declínio e queda de Israel (13:22-17:41) e  declínio e queda de Judá (18-25).

II Reis é um dos livros históricos do antigo testamento da Bíblia. Possui 25 capítulos. Narra a história do profeta Eliseu (sucessor do profeta Elias) e dos reis de Israel e Judá, dando prosseguimento aos acontecimentos narrados no livro de I Reis. Menciona a destruição do Reino de Israel pela Assíria e a milagrosa resistência do rei Ezequias ao cerco de Senaqueribe. Termina com a destruição da cidade de Jerusalém por Nabucodonosor, rei da Babilônia, o qual leva os judeus como escravos para a Mesopotâmia, conforme foi profetizado por Jeremias.



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II Reis

REIS DE JUDÁ         PROFETAS DE JUDÁ               REIS DE ISRAEL          PROFETAS  DE ISRAEL
Acasias                                                                  Jorão                             Eliseu
Atalia                                                                     Jeú
Joás                                                                                                              Jonas
Amasias                                                                 Jeoacaz
Azarias
Ezequias                  Isaías
                                Amós                                     Jeroboão II
                                Oséias                                    Zacarias                         Joel
                                                                               Salum
                                                                               Manaém
                                                                               Pecaías                                                                                                                   Jotão                                                                       Peca
Acaz                       Miquéias                                 Oséias
Ezequias                 Naum
Manasses
Amom
Josias                      Sofonias
                                Jeremias
Jeoacaz
Jeoiaquim               Habacuque
Joaquim
Zedequias 
                                                                                                       

8- I e II Crônicas

Autor: Acredita-se que tenha sido Esdras; Vai desde a morte de Saul até o decreto de Ciro, rei da Pérsia, abrangendo um período de 520 anos; de 1056 a 536 AC. Crônicas abrange, na sua maioria, a matéria que se encontra em II Samuel e I e II Reis, mais fornece muitas informações que não se encontram nos livros dos Reis. Reis foram escritos Pouco depois do princípio do cativeiro da Babilônia. Crônicas foram escritas pouco depois do regresso do cativeiro. Reis tratam de Judá e Israel; Crônicas principalmente de Judá. Reis é um livro político e régio; Crônicas, eclesiástico e sacerdotal.

I Crônicas
De autoria incerta, a tradição judaica afirma que o livro de I Crônicas teria sido escrito por Esdras, por volta de 430 a.C., o qual tinha o propósito de resgatar os padrões de culto e de adoração a Deus no período após o cativeiro babilônico, resgatando assim a história do seu povo.
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Após mencionar uma longa lista de genealogias dos israelitas, desde Adão até Zorobabel, o qual foi um dos líderes judaicos que retornou do exílio na Babilônia, o livro narra a história do reinado de David, contando suas proezas e vitórias militares.
Com a morte de Saul, em torno de 1010 a.C., Davi torna-se rei sobre todo o Israel e conquista a cidade de Jerusalém (1000 a.C.) que até então era uma fortaleza ocupada pelos jebuseus e se torna a capital de seu governo. Resolve então trazer a Arca da Aliança para Jerusalém e decide contruir um templo para Deus na cidade, mas recebe uma mensagem do profeta Natã dizendo que o santuário seria edificado após sua morte por seu filho.
No entanto, Davi começa a fazer os preparativos para a edificação do templo de Jerusalém, reunindo o material que seria necessário para a futura obra. Faz de seu filho Salomão rei e lhe dá todas as orientações para que o templo viesse a ser contruído por seu sucessor dentro de certos padrões. O livro termina, em seus últimos versos, informando sobre o falecimento de Davi (970 a.C.) que teria reinado sobre Israel por quarenta anos e morreu, numa "boa velice, cheio de dias, riquezas e glória", sucedido no trono por seu filho Salomão.
Pode-se afirmar que o livro de I Crônicas seria uma obra paralela a II Samuel, porém escrito a partir de um ponto de vista sacerdotal, com um enfoque maior na história religiosa dos israelitas.
II Crônicas
foi desmembrado de I Crônicas com o qual formava originalmente um único livro. Narra acontecimentos de um período da história dos judeus, desde o reinado de Salomão, por volta de 970 a.C., até a destruição do Reino de Judá por Nabucodonosor, imperador da Babilônia, fato ocorrido em torno de 586 a.C..
Embora seja incerta a sua autoria, a tradição judaica afirma que o livro de II Crônicas teria sido escrito por Esdras, por volta de 430 a.C., o qual tinha o propósito de resgatar os padrões de culto e de adoração a Deus no período após o exílio babilônico, resgatando assim a história do seu povo.
Todavia, o seu enfoque central é no reinado de Salomão, contendo um detalhado registro da construção do templo, cumprindo a promessa feita a seu pai, David.
Com o cisma ocorrido após a morte de Salomão, em torno de 930 a.C., no reinado de Roboão, o livro relata a história dos reis que governaram Judá, os quais muitas das vezes afastaram-se dos mandamentos divinos, tolerando ou introduzindo a idolatria entre o povo, o que importava em castigos, sofrimentos e derrotas militares para as nações vizinhas.
A partir de então, os principais pontos de destaque do livro seriam os reinados de Asa e de Josafá, a morte de Acabe, o reinado de Uzias, a destruição do Reino de Israel pelos assírios, o reinado de Ezequias e a resistência de Jerusalém ao cerco de Senaqueribe, a idolatria de Manassés, o reinado de Josias, o achado do livro da lei mosaica e a derrota de Judá pela Babilônia.

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Introdução e Análise do Antigo Testamento
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Um trecho bem representativo do livro e que expressa o seu propósito seria o verso 14 do capítulo 7 que assim diz:
E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.
Tal como I Crônicas, o livro seria um paralelo à narrativa de I Reis e de II Reis, os quais também são livros históricos do Antigo Testamento e dão continuidade aos acontecimentos de II Samuel. No entanto, tanto I Crônicas quanto II Crônicas teriam sido escritos a partir de um ponto de vista sacerdotal, com um enfoque maior na história religiosa dos israelitas.

Reis de Israel/Judá

Na história dos hebreus sucedeu o governo teocrático (Juizes). A monarquia, foi uma concessão de Deus (1Sm 8.7;12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8.22,23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9.6), equivale à rejeição  da teocracia (1Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1Sm 8.7; Is 33.22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25.23). A monarquia constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos. Quando a coroa era colocada na cabeça do rei, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2Sm 5.3; 1Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência; e confirmavam a sua palavra com um beijo de homenagem (1Sm 10.1). Os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais, e do produto dos rebanhos. Aos reis pertencia a décima parte da produção; recebiam também, os tributos que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico; os presentes dados pelos súditos; e os despojos da guerra e as contribuições  das nações conquistadas. Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem seus bens.

Os reis antes da divisão
 1-     Saul (por volta de 1.060 aC) 1Sm 10.1
2-     Davi (+/- 1.020 aC) 2Sm 2.1
3-     Salomão (980 aC)  1Rs 1.39
Reis de Israel:
1-     Jeroboão I (937 aC)  1Rs 11.28
2-     Nadabe (915 aC)  1Rs 14.20
3-     Baasa (914 aC) 1Rs 15.16
4-     Elá (891 aC) 1Rs 16.8
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5-     Zinri (890 aC) 1Rs 16.15
6-     Onri (890 aC) 1Rs 16.16
7-     Acabe (876 aC) 1Rs 16.29
8-     Acazias (856 aC) 1Rs 22.40
9-     Jeorão ou Jorão (854 aC) 2Rs 1.17
10-  Jeú (842 aC)  1Rs 19.16
11-  Joacaz (814 aC) 2Rs 10.35
12-  Joás (797 aC) 2Rs 13.10
13-  Jeroboão II (781 aC) 2Rs 14.23
14-  Zacarias (741 aC) 2Rs 14.29
15-  Salum (741 aC) 2Rs 15.10
16-  Manaém (740 aC) 2Rs 15.14
17-  Pecalias (737 aC) 2Rs 15.23
18-  Peca (736 aC) 2Rs 15.25
19-  Oséias (730 aC) 2Rs 15.30
Reis de Judá:
1-     Reoboão (937 aC) 1Rs 11.43
2-     Abias (920 aC) 1Rs 14.31
3-     Asa (917 aC) 1Rs 15.8
4-     Josafá (878 aC) 1Rs 15.24
5-     Jeorão (851 aC) 2Cr 21.1
6-     Acazias (843 aC) 2Rs 8.25
7-     Atalias (rainha) (842 aC) 2Rs 8.26
8-     Joás (836 aC) 2Rs 11.2
9-     Amazias (796 aC) 2Rs 14.1
10-  Uzias ou Azarias (777 aC) 2Rs 14.21
11-  Jotão (750 aC) 2Rs 15.5
12-  Acaz (734 aC) 2Rs 15.38
13-  Ezequias (727 aC) 2Rs 16.20
14-  Manasses (697 aC) 2Rs 21.1
15-  Amon (642 aC) 2Rs 21.19
16-  Josias (640 aC) 1Rs 13.2
17-  Joacaz ou Salum (608 aC) 2Rs 23.30
18-  Joaquim (608 aC) 2Rs 23.34
19-  Jeoaquim ou Jeconias (598 aC) 2Rs 24.6
20-  Zedequias ou Matanias ( 598 aC) 2 Rs 24.17

9- Esdras, Neemias e Ester

Por serem estes livros tão intimamente relacionados, e tratarem do mesmo período, vejamos os acontecimentos principais contidos nestes livros, que se seguiram após o cativeiro: 1) O regresso dos desterrados sob Zorobabel – 536 AC. 2) A reconstrução do templo – 535 AC.
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3) O ministério dos profetas Ageu e Zacarias – 520 AC. 4) A dedicação do templo – 515 AC. 5) Acontecimentos relatados no livro de Ester – 478 a 473 AC. 6) Esdras visita Jerusalém – 458 AC. 7) Neemias enviado a Jerusalém como governador – reconstrói o muro – 446 AC. 8) Malaquias profetiza.
Reis da Pérsia ( Esdras 4:5-7): Ciro, Dario, Assuero e Artaxerxes. Autor de Esdras: Esdras; Autor de Neemias: Neemias; Autor de Ester: Mordecai ou Esdras.

Conta a história de Esdras, copista das Escrituras Hebraicas, a saída do retorno do exílio (cativeiro) de Babilônia.
Nos manuscritos hebraicos o livro de Neemias aparece junto com o livro e Esdras como um só livro. Embora a autoria do livro seja indeterminada, muitos eruditos o consideram como uma autobiografia de Neemias. Este livro trata da reconstrução dos muros de Jerusalém, a reafirmação de leis e a restauração das ordenanças antigas.
Livro que relata as atividades de Neemias e de outros lideres em Jerusalém, depois do retorno do CATIVEIRO ( caps 1-2 ). Suas atividades envolveram a reconstrução das muralhas de jerusalém (caps 3-7 )a renovação da ALIANÇA (caps 8-10)e reformas politicas e sociais (caps 11-13). Segundo aponta o próprio livro, ele teria sido escrito por Neemias, embora o Talmude o atribua a Esdras. A questão continua em aberto.
O autor do Livro de Ester é desconhecido. Pelas pistas deixadas no livro, podemos deduzir que se trata de um judeu persa, possivelmente residente na cidade de Susa. Também se lê neste livro o seu nacionalismo intenso e preocupação com a festa do Purim.
Os estudiosos situam a composição deste livro algures entre os séculos IV e I a.C.. A maioria dos teólogos prefere uma data no final do século V ou no século IV devido a determinadas características da linguagem utilizada e à atitude favorável em relação ao rei persa.
O objetivo central do Livro de Ester é justificar a observância da festa do Purim. Isto era muito importante já que se trata de uma festividade que não fazia parte das ordenanças mosaicas (do Pentateuco, livros de Moisés). Conta a história de como, pela Providência, o povo foi salvo dos intentos destrutivos dos seus inimigos.
O Purim é uma festa anual judaica e o seu nome deriva de Pur. A festa enquadra-se dentro do conjunto de práticas judaicas de jejum e lamentação. É celebrada nos 14º e 15º dias do mês de Adar (geralmente em Março).

LIVROS POÉTICOS

1-   

Autor: Desconhecido. Possivelmente Moisés, Jó ou Eliú (32:16). Jó viveu no período patriarcal. Cobre um pe’riodo de cerca de 140 anos. Tema: O problema do sofrimento. Conteúdo: O ataque de Satanás contra Jó (1-2:10); Jó e seus amigos, Elifaz, Bildade e Zofar (2:11-31:40);
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A resposta de Eliú (32-37): A resposta de Jeová (38-41): Confissão de Jó e restauração em dobro (42).

A autoria de Jó é incerta. Alguns eruditos atribuem o livro a Moisés. Outros atribuem a um dos antigos sábios, cujos escrito podem se encontrados em Provérbios ou Eclesiastes. Talvez o próprio Salomão tenha sido seu autor.
Os procedimentos, os costumes e o estilo de vida geral do livro de Jó são do período patriarcal (cerca de 2000-1800 aC). Apesar dos estudiosos não concordarem quanto à época em que foi compilado, este texto é obviamente o registro de uma tradição oral muito antiga. Aqueles que atribuem o livro a Moisés, acham que a história surgiu lá pelo séc. XV aC. Outros acham que surgiu por volta do séc. II aC. A maior parte dos conservadores atribuem Jó ao período salomônico, pela metade do séc. X aC.
A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em (Gên 46.13; Ezeq 14.14, 14.20 e Tiago 5.11). Jó era um gentio. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de “Shaddai” - o Todo Poderoso. Ele era um homem rico e levava um estilo de vida semi-nômade.
Homem que morava na terra de Uz, no que é agora a Arábia. (Jó 1:1) Deus disse a respeito de Jó: "Não há ninguém igual a ele na terra, homem inculpe e reto, temendo a Deus e desviando-se do mal." (Jó 1:8) Isto indica que Jó morava em Uz por volta da mesma época em que seus primos distantes, as 12 tribos de Israel, estavam em escravidão na terra do Egito. Já então, José, filho de Jacó (Israel), havia morrido (1657 AEC), depois de ter suportado muitos sofrimentos injustos, mas de ter-se mantido inculpe para com Iavé. Moisés não tinha ainda surgido como profeta de Iavé, para conduzir as 12 tribos de Israel para fora da escravidão no Egito.
Atribui-se, em geral, a Moisés a escrita do relato das experiências de Jó. Ele pode ter sabido a respeito de Jó quando passou 40 anos em Midiã, e talvez tenha ouvido falar do resultado final feliz para Jó e da sua morte quando Israel estava perto de Uz, próximo do fim de sua jornada no ermo. Se Moisés completou o livro de Jó por volta da época da entrada de Israel na Terra da Promessa, em 1473 AEC (provavelmente não muito depois da morte de Jó), isto situaria a época da provação de Jó por volta de 1613 AEC, porque Jó ainda viveu 140 anos depois de sua provação. — Jó 42:16, 17.
Jó era figura de destaque no portão da cidade, respeitado até mesmo pelos homens idosos e pelos príncipes. (Jó 29:5-11) Ele atuava como juiz imparcial, executando a justiça como defensor das viúvas, e era como que um pai para os meninos órfãos de pai, para os aflitos e para aqueles que não tinham ajudador. (Jó 29:12-17) Ele se mantinha livre da imoralidade, do ganancioso materialismo e da idolatria, e era generoso para com os pobres e os necessitados. — Jó 31:9-28.

2-    Salmos

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Autores: Davi, 71 Salmos levam o seu nome; Hemã (1 Salmo), Asafe (12 Salmos) e Etã (1 Salmo), (I Cr.15:19); Os filhos de Coré, dirigentes do Culto em Israel (12 Salmos),  (I Cr. 6); Jedutum (Icr. 25: 3); Salomão; Ezequias, Rei de Judá; Moisés ( 1 Salmo) ; Esdras ( Salmos 1 e 19, atribuídos pela Septuaginta); e vários Salmos são anônimos. Na Bíblia Hebraica os Salmos são divididos em cinco livros: I- (1-41), II- (42-72), III- (73-89), IV- (90-106) e V- (107-150). O título “Salmos” significa uma composição musicada. É uma coleção de poesia hebraica inspirada. Tema: Louvor. Data da composição: 1000 anos, desde Moisés (1500 AC.) até Esdras (450 AC.).
Classificação dos Salmos:
1) “Salmos de instrução: ex.:1,19,119,90,82,13;
2) Salmos de Louvor e Adoração: ex.: 23,103,8,24,136,148;
3) Salmos de Ações de Graças: ex.: 18,34,81,85;
4) Salmos Devocionais: ex.: 6,32,38,51,102,130,143,3,27,13,77,4,28,120,42,44,20,67;
5) Salmos Messiânicos: ex.: 2,16,22,40,45,72,110,118; 6) Salmos Históricos: ex.: 78,105 e106.

O período em que os salmos foram compostos varia muito, representando um lapso temporal de aproximadamente um milênio, desde a data aproximada de 1440 a.C., quando houve o êxodo dos Israelitas do Egito até o cativeiro babilônico.
Os salmos são poemas de louvor, inicialmente transmitidos através da tradição oral e cuja fixação por escrito teve lugar sobretudo através do movimento de recolha das tradições israelitas, iniciado no exílio babilónico pelo profeta Ezequiel (séculos VII-VI a.C.). Como tal, muitos destes textos serão muito anteriores, sendo bastante difícil a sua crítica do ponto de vista literário estrito. Ainda assim, tendo em conta a comparação com a literatura poética coeva do Egipto, da Assíria e da Babilónia, pode-se afirmar estes poemas de Israel como um dos expoentes da poesia universal.
Tal como noutras tradições culturais, também a poesia hebraica andava estreitamente associada à música. Assim, embora não seja de excluir para os salmos a possível recitação em forma de leitura, "todavia, dado o seu género literário, com razão são designados em hebraico pelo termo Tehillim, quer dizer, «cânticos de louvor», e em grego psalmói, ou seja «cânticos acompanhados ao som do saltério». De facto todos os salmos possuem um certo carácter musical, que determina o modo como devem ser executados. E assim, mesmo quando o salmo é recitado sem canto, ou até individualmente ou em silêncio, a sua recitação terá de conservar este carácter musical." (Cf. Instrução Geral da Liturgia das Horas, n. 103) Esta associação dos salmos à música encontra-se bem expressa em muitos dos títulos, onde se encontram não só referências a melodias como «a corça da aurora» (e. g. Sl. 22(21)), «os lírios» (e. g. Sl. 60(59)) ou «a pomba dos terebintos longínquos» (e. g. Sl. 56(55)), mas também expressões relativas à própria execução musical, tais como "com voz de soprano" (e. g. Sl. 46(45)), «com instrumentos de corda» (e. g. Sl. 4) e «para voz grave» (e. g. Sl. 12(11)).
Os salmos acabaram por constituir um hinário litúrgico para uso no templo de Jerusalém, do qual transitaram quer para a sinagoga judaica, quer para as liturgias cristãs.
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Na Igreja Católica, os 150 salmos formam o núcleo da oração quotidiana: a chamada Liturgia das Horas, também conhecida por Ofício Divino e cuja organização remonta a S. Bento de Núrsia. A oração conhecida por rosário, com as suas 150 Ave Marias, formou-se por analogia com os 150 salmos do Ofício.
Vários salmos são considerados pelos teólogos como proféticos ou messiânicos, pois referem-se à vinda do Cristo e, por isso, existem muitas citações de versos dos salmistas no Novo Testamento com o propósito de provar o cumprimento das profecias na pessoa de Jesus.
Vários salmos relacionam-se com os acontecimentos que marcaram a vida do rei David.
O Salmo 59 tem a ver com a ocasião em que Saul teria enviado homens à casa de Davi para prendê-lo. Já os salmos 34 e 56 referem-se à sua fuga de Saul. Por sua vez, o salmo 142 foi composto quando Davi encontrava-se escondido na caverna de Adulão, na região do mar Morto.
Ao terminar a perseguição de Saul, Davi compõe o Salmo 18, ressaltando a fidelidade de Deus.
Quando é confrontado pelo profeta Natã sobre o seu adultério com Bate-Seba e a morte de Urias, Davi compõe o Salmo 51, demonstrando o seu verdadeiro arrependimento.
Novamente ao ser perseguido, agora por seu filho Absalão, Davi ainda escreve os salmos 3 e 7, o que revela sua confiança no livramento de Deus.
Além destes citados acima, outros salmos que se relacionam com passagens da vida de Davi seriam o 52 (depois que Doengue assassinou os 85 sacerdotes e saus famílias), o 54 (quando os zifeus tentaram traí-lo), o 57 (enquanto se encondia em uma caverna) e o 63 (enquando escondia-se no deserto de En-Gedi).

3-    Provérbios

Autores: Salomão, Agur e Lemuel. Tema: Sabedoria Prática, “O temor do Senhor é o princípio do saber”. É uma coleção de expressões curtas e concisas, que contêm lições morais. Conteúdo: Sabedoria principalmente para os jovens (1-9); Vários assuntos para todos (10-24); Coleção do rei Ezequias (25-29) e Instruções por Agur e Lemuel (30-31). Salomão compôs 3.000 provérbios (I Reis 4:32).
Salomão escreveu e compilou a maior parte do livro de Provérbios no princípio de seu reinado (cerca de 950 a.C.).
Conforme declara a sua introdução, tem como propósito ensinar a alcançar sabedoria, a disciplina e uma vida prudente e a fazer o que é correto, justo e digno. Em suma, ensina a aplicar e fornecer instrução moral. O título do livro vem originalmente de sua forma hebraica Míshlê Shelomoh ("Provérbios de Salomão"). Como é comum na Bíblia Hebraica, o título hebraico do livro é simplesmente um conjunto de palavras do primeiro verso do livro. Na Septuaginta esse livro se chama Paroimiai, que significa “provérbios, parábolas”.
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Podemos encontrar diversas formas literárias no livro de provérbios: poemas, pequenas parábolas, lições de vida.

4-    Eclesiastes

Autor: Salomão. A palavra “eclesiastes” significa “o pregador”. Não temos registro do arrependimento de Salomão pelo seu pecado; possivelmente este monólogo fosse a expressão do seu arrependimento, após considerar que sem a benção de Deus, sabedoria, posição e riquezas não satisfazem, muito pelo contrário, trazem cansaço e decepção; o resultado de tudo é vaidade (vaidade aqui significa “vazio, sem valor”).

O Livro tem seu nome emprestado da Septuaginta, e na Bíblia hebraica é chamado Kohelet. Embora tenha seu significado considerado como incerto, a palavra tem sido traduzida para o português como pregador ou preletor. Faz parte dos escritos atribuídos tradicionalmente ao Rei Salomão, por narrar fatos que coincidiriam com aqueles de sua vida.

5-    Cantares de Salomão

Ou Cântico dos Cânticos (Título da bíblia hebraica). Chamado assim, pelo fato de ser este o principal de todos os cânticos de Salomão (I Reis 4:32). Cantares de Salomão é uma história de amor entre Salomão e a sua esposa Sulamita. A aplicação espiritual revela o amor que há entre Jeová e Israel e entre Cristo e a Igreja. Data: cerca de 1.000 AC.

Canticos dos Cânticos é um livro curto com apenas oito capítulos. Apesar de sua brevidade, apresenta uma estrutura complexa que, por vezes, pode confundir o Leitor. Diferentes personagens têm voz, ou falam, nesse poema lírico. Em muitas traduções da Bíblia, esses emissores alternam sua fala de modo inesperado, sem indicação ao leitor, dificultando, assim, sua leitura. A versão Almeida Revista e Atualizada, e a Bíblia de Jerusalém (Paulus Editora, 1981; 2002), por exemplo, eliminam o problema, com a indicação de quem está falando; desse modo, o leitor amplia seu entendimento.
Os três participantes principais do poema são: (1) o noivo, o Rei Salomão (2); a noiva, mulher mencionda como "Sulamita" (6.13); e as "filhas de Jerusalém"(2.7). Tais mulheres devem ter sido escravas da realeza que serviam como criadas da noiva do rei Salomão. No poema, servem como coro para ecoar os sentimentos da Sulamita, enfatizando seu amor e afeição pelo noivo.
Além dos personagens principais, são mencionados os irmãos da Sulamita (8.8-9), que devem ter sido seus meio-irmãos. O poema indica que ela trabalhava, por ordem dos irmãos, como "guarda de vinhas" (1.6).
Essa canção de amor divide-se praticamente em duas seções principais com mais ou menos o mesmo tamanho. O início do Amor (Cap.1-4) e seu Amadurecimento (cap.5-8).

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Por ser um poema escrito em uma linguagem considerada sensual, sua validade como texto bíblico já foi questionada ao longo dos tempos. O poema fala do amor entre o noivo e sua noiva.
Alguns teólogos interpretam o texto como alegórico, dizendo que o amor exaltado é o amor entre Deus e Israel, ou entre Cristo e a Igreja. Entendemos como literal  e ao mesmo tempo e ao mesmo tempo uama referência entre Deus e Israel, ou entre Cristo e a Igreja.

LIVROS PROFÉTICOS

PROFETAS MAIORES:

Isaías:

Contemporâneo de Oséias, Naum e miquéias. Profetizou sobre o nascimento virginal de Jesus (Is.7:14) e sobre seu ministério (53;61...).
Sua importância é refletida também no Novo Testamento, considerando-se que há mais de 400 referências diretas ao livro, feitas pelos evangelistas e apóstolos.
O forte caráter e ênfase messiânicos percebidos em toda a extensão do documento, muito provavelmente colaboraram para conceder ao livro tamanha proporção referencial entre os autores do Novo Testamento.
Em seus dias, Isaías viveu e narrou a tensão política e militar que o território de Israel experimentava, com eventos decorrentes principalmente de um panorama marcado por intensas e contínuas atividades bélicas e expansionistas que estavam sendo realizadas pela monarquia egípcia, ao sul, e pelos caldeus, ao Leste.
O início do ministério profético de Isaías situa-se em 754 A.C., coincidindo com 2 datas históricas precisas: a morte do rei Uzias de Judá, e a fundação de Roma.
Isaías foi filho de Amos (não Amoz, o profeta vaqueiro) e viveu na corte dos reis de Judá. Há indicações de que talvez fosse primo de Uzias. Escriba e relator dos anais históricos da casa davídica, tinha preeminência e liberdade suficiente para transitar próximo ao poder político e tomar conhecimento, em primeira mão, das políticas e estratégias do Estado monarca judeu.
Letrado, culto e politicamente privilegiado, pode ter feito parte da casta sacerdotal de Jerusalém.
Profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Ezequias, e provavelmente durante seus últimos oito anos de vida, sob a opressão maligna do reinado de Manassés, responsável por seu martírio, segundo a tradição rabínica, quando com 92 anos de idade.
Isaías permaneceu até o final de seus dias denunciando o rei por seus crimes e comportamento hediondo. Enfurecido, Manassés o teria colocado dentro de um tronco e, barbaramente, o serrado vivo ao meio.
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Jeremias:

Profetizou durante os reinados de Josias, Joacaz, Jeoiaquim, e zedequias. Iniciou seu ministério 70 anos após a morte de Isaías (627 a 584 AC.). Profetizou sobre os 70 anos de  cativeiro em Babilônia (I Cr.36:21; Jr.25:9-11).
O livro de Jeremias é o segundo dos livros dos principais profetas da Bíblia. Os capítulos 1 a 24 registram muitas das suas profecias. Os capítulos 24 a 44 relatam suas experiências. Os remanescentes contém Profecias contra as nações.
Jeremias nasceu em 650 a.C. em Anandote, um povoado a nordeste de Jerusalém, e morreu no Egito, em 580 a.C. Foi sacerdote do povoado de Anadote e previu, segundo a Bíblia, entre outras coisas, a invasão babilônica - Nabucodonosor atacou Israel em 597 a.C. e novamente em 586 a.C., quando destruiu Jerusalém e queimou o templo.

Lamentações:

Registra a tristeza aguda e dolorosa de Jeremias pelas misérias e desolações de Jeruzalém. Por isso Jeremias  tem sido chamado de o “profeta choroso”.  
Conteúdo:
1. A ruína de Jerusalém e o sofrimento dos exilados, devido aos seus pecados, cap. 1.
2. O senhor, o defensor de Israel desde a antigüidade, abandonou a seu povo ao seu terrível destino, cap. 2.
3. A dor de Jeremias sobre as aflições de seu povo, sua confiança em Deus e sua própria perseguição, cap. 3.
4. A glória passada de Israel em contraste com sua aflição presente, cap. 4.
5. Oração pedindo misericórdia, cap. 5.

Livro escrito pelo profeta Jeremias, quando com os próprios olhos via a destruição da cidade de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia, por volta do ano 589 a.C., data entre a destruição de Jeruzalém e a expedição ao Egito. O nome do livro possivelmente tenha ligação com o fato de que por mais de quarenta anos Jeremias havia profetizado este fato, porém os moradores da cidade não lhe deram ouvidos, e ao ver a cidade sendo saqueada e seus habitantes sendo cruelmente mortos pelo exército babilônico, o tenha escrito sob lágrimas.

Ezequiel:

Fez parte do grupo de cativos levados para Babilônia por Nabucodonosor, em mais ou menos 599 AC., juntamente com o rei Jeoiaquim, cerca de 10 anos antes da destruição de Jerusalém. Ministrou aos desterrados.
Ezequiel foi chamado para profetizar durante o cativeiro babilônico do povo judeu. Diz-se que fundou uma escola de profetas e que ensinava a Lei à beira do rio Quebar que passa próximo a cidade de Tel-Abibe, na Babilônia.
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São curiosas as visões que o profeta teve sobre a glória de Deus e os sinais que aconteceram em sua própria vida demonstrando a ação de Deus são fortes e marcantes. Ezequiel perdeu a sua esposa como sinal da queda de Jerusalém.

Daniel:

 Foi levado cativo para Babilônia ainda muito jovem, no 3º ano do rei Jeoiaquim e oito anos antes de Ezequiel. Vai desde Nabucodonosor até Ciro, Abrangendo um período de cerca de 73 anos – 607 a 534 AC.
Alguns trechos são escritos em hebraico e a maioria em aramaico.
Contém ainda uma linguagem conhecida pelos estudiosos bíblicos como sendo "apocalíptica", que é uma linguagem com símbolos vivos para representar alguém ou algum evento futuro. Contém basicamente seis histórias de Daniel e seus amigos judeus na corte do rei Nabucodonosor e quatro profecias, únicas em estilo no Antigo Testamento.

PROFETAS MENORES:

Oséias:

Profetizou em Israel (as dez Tribos), Na mesma época que Amós, Isaías e Miquéias em Judá. Profetizou durante 60 anos, aproximadamente de 785 a 722 AC.
O tema do livro é uma grande exortação ao arrependimento às dez tribos, durante os cinqüenta ou sessenta anos de cativeiro destas. Os pecados da nação , no seu estado de separação de Deus, são resumidos pelo profeta como pecado de adultério espiritual, ilustrado pela própria experiência do profeta ao se casar com uma mulher impudica que o abandonou por outro amante.
O tema de Oséias é este: Israel, a esposa infiel abandona seu esposo compassivo, que a acolhe novamente.
Os acontecimentos históricos a que se refere o livro de Oséias cobrem um período de mais ou menos 60 anos – desde785 a.C., até o tempo do cativeiro das dez tribos.

Joel:

Pouco se sabe acerca deste. Acredita-se que profetizou durante o tempo de Joás, rei de Judá.
Sua datação atribuída é do ano 830 a.C., porém existem os que datam dos anos 775 a 725 a.C. ou de 500 a.C..
A mensagem do livro fala sobre o "julgamento que Deus fará contra os inimigos de Israel e, de uma perspectiva escatológica, o vitória final do povo de Deus".
A passagem de Joel 2:28, 29 é citada por Simão Pedro no sermão de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2:14-36. Sendo assim, Joel tem uma grande importância na teologia cristã.
Apostila de
Introdução e Análise do Antigo Testamento
Curso/Grau: BACHAREL
Amós:

Profetizou especialmente à Israel, embora tivesse também uma mensagem para Judá e países vizinhos, durante os reinados de Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel. Escrito cerca de 785 a 750 AC.
A profecia deste livro da Bíblia hebraica foi dirigida primariamente ao reino setentrional de Israel. Pelo que parece, foi primeiro proferida oralmente, durante os reinados de Jeroboão II e de Uzias, respectivamente reis de Israel e Judá, cujos reinados coincidiram entre 829 e cerca de 804 a.C. (Am 1:1) Por volta de 804 a.C. foi assentada por escrito, presumivelmente após o profeta voltar a Judá.
É fato histórico que todas as nações condenadas por Amós foram, no devido tempo, devoradas pelo fogo da destruição. A própria grandemente fortificada cidade de Samaria foi sitiada e capturada em 740 a.C., e o exército assírio levou os habitantes “para o exílio além de Damasco”, conforme predito por Amós. (Am 5:27; 2Rs 17:5, 6) Judá, ao sul, recebeu igualmente a devida punição quando foi destruída em 607 a.C. (Am 2:5) E, fiel à palavra de Jeová mediante Amós, descendentes cativos tanto de Israel como de Judá voltaram em 537 a.C. para reconstruir sua terra natal. — Am 9:14; Esd 3:1.
O livro se inicia com a introdução e, após, o profeta condena as nações vizinhas a Israel, Síria, Filístia, Edom e Amom, Moabe, por suas crueldades entre si e contra Israel. Há condenações contra Judá e Israel, por sua idolatria.
Os capítulos de 3 a 6 condenam Israel por sua hipocrisia (porque apesar de terem cometido idolatria, ainda realizavam as festas do Pentateuco) e injustiça social.
Está em 4:1, "ouvi esta palavra vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis os pobres, que quebrantais o s necessitados...". O apelo por justiça é o tema mais conhecido deste livro, porque evidencia a condenação de Deus aos que ficaram ricos através da corrupção.
No capítulo 7, o autor nos informa que foi chamado à corte do rei Jeroboão para explicar suas profecias, que eram desfavoráveis ao rei. Ele acaba não sendo punido e acaba advertindo o rei.
O livro termina com uma mensagem de que, apesar de Deus castigar a Israel, Deus irá restaurar a nação, quando ela se voltar a Deus.

Obadias:

Tema: É o grande pecado de Edom - violência contra Judá; seu castigo - extinção nacional. Obadias (de origem desconhecida) foi contemporâneo de Jeremias. Há muitos com este nome no Antigo testamento. Data: 586-583 AC.
O seu livro, constituído apenas por vinte e um versículos, é o menor do Antigo Testamento e trata do tema da falta de solidariedade do povo de Edom (descendentes de Esaú - Génesis 36:1) para com Israel, considerado como seu povo irmão. O livro divide-se em duas partes: o "Oráculo contra Edom" a a "Proclamação do Dia de Javé".
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
Curso/Grau: BACHAREL
A primeira parte de Abdias (1-14) profetiza a queda de Edom (ver Iduméia), tradicional inimigo de Judá.

Jonas:

O livro não contém uma mensagem direta a Israel, mais sim à cidade de Nínive. Mas Jonas pregou `a Israel durante o reinado de Jeroboão II (II Reis 14:25). Escrito entre 785 a 767 AC. Época: logo após Elizeu.
É um relato biográfico do profeta Jonas, na qual o Deus de Israel o terá mandado profetizar ao povo de Nínive, grande capital do Império Assírio, para persuadi-los a se arrependerem ou seriam destruídos dentro de 40 dias. O Livro de Jonas fala foi tido como o profeta Jonas, filho de Amitai, que profetizou no Reino de Israel Setentrional, no 7Século A.C., no reinado de Jeroboão II. (Jonas 1:1; II Reis 14:25)
A Assíria, inimiga do povo de Israel de longa data, era império dominante aproximadamente entre 885 A.C. a 665 A.C.. Segundo o relato, parece evidente que a agressividade militar assíria era mais fraca durante o tempo de Jonas. Além disso, o Rei Jeroboão II foi capaz de reivindicar áreas da Palestina desde Hamate até o Mar Morto, como teria sido profetizado por Jonas.

Miquéias:

Profetizou durante os reinados de Pecaías, Peca e Oséias em Israel, e de Jotão, Acaz e Ezequias, em Judá.. Foi contemporâneo de Isaías e Oséias (Jeremias  26:18). Data: 751-693 AC. Profetizou tanto para Israel quanto para Judá.
O nome do autor do livro de Miquéias aparece na septuaginta como Michaías. A Vulgata Latina diz Michaeas. Ele foi um profeta do século VIII a.C. morador de Morasti-Gat, na Shefelá em Judá, talvez tenha sido um líder (ancião, heb. zaqen) da comunidade.

Naum:

Pouco se sabe a seu respeito. Profetizou durante o reinado de Ezequias (663 a 633 AC.). Prediz a ruína de Nínive (Assíria), que aconteceu 100 anos depois.
Naum é um Livro da Bíblia, que conta sobre a destruição de Nínive, capital da Assíria, a cidade que Jonas advertiu.
Naum foi o profeta, supostamente enviado por Deus, para predizer a ruína e completa destruição de Nínive.
Este livro é uma “pronúncia contra Nínive”, capital do Império Assírio. Para os crentes, o cumprimento histórico daquela pronúncia profética atestaria a autenticidade do livro. O livro teria sido escrito algum tempo depois de a cidade egípcia de Nô-Amom (Tebas) sofrer uma derrota no sétimo século antes da era comum e completado antes da predita destruição de Nínive em 632 antes da era comum.
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
Curso/Grau: BACHAREL
Segundo o livro, a agressividade militar dos assírios tornara Nínive uma “cidade de derramamento de sangue”. Seu tratamento dos cativos de guerra era cruel e desumano. Alguns eram queimados ou esfolados vivos. Outros eram cegados ou se lhes cortavam o nariz, as orelhas ou os dedos. Os cativos eram conduzidos por cordões com ganchos que furavam o nariz ou os lábios.

Habacuque:

 Pouco se sabe sobre ele. Conclui-se que profetizou durante os reinados de Jeoacaz e  Jeoiaquim em Judá, possivelmente, em 612 a 598 AC. Profetizou a queda do ímpério caldeu. Foi contemporânio de Jeremias.
Habacuque ou Habacuc é o livro bíblico cuja autoria é atribuída ao profeta de mesmo nome, que significa "abraço", e está incluso na subdivisão da Bíblia chamada de Profetas Menores, sendo um livro de apenas três capítulos. Provavelmente tenha sido escrito no século V a.C..
Habacuque nos sugere que observava a sociedade judaica a partir do templo, onde possivelmente servia como levita, isto é cantor, podemos notar o capítulo três de seu livro é uma canção, sendo que os últimos versos são considerados uma das maiores expressões de fé do Antigo Testamento.
O livro de Habacuque é diferente dos demais livros dos profetas em seu estilo literário, pois em momento algum há profecias contra esta ou aquela nação ou pessoa em particular, porém o que se pode ver é um diálogo entre o profeta e Deus. Entre seu texto há no capítulo dois a expressão: "O justo viverá da fé", que mais tarde inspiraria o Apóstolo Paulo a escrever a mais teológica de suas cartas, a Carta aos Romanos, que posteriormente inspirou também Martinho Lutero na elaboração das 95 Teses "gatilho" da Reforma Protestante.


Sofonias:

Profetizou durante o reinado de Josias, Rei de Judá. Seu ministério: 638 a 608 AC.
A repetição freqüente da frase “o dia do Senhor” sugere imediatamente que Sofonias tinha uma mensagem de julgamento. Mas como os demais profetas tem também uma mensagem de restauração.
Resumiremos o tema da seguinte maneira: A noite do Juízo sobre Israel e sobre as nações, seguida da manhã da restauração do primeiro e da conversão das últimas. Alguns acreditam que ele tenha sido o autor do Livro, com exceção  do último capítulo, pelo fato de haver um contraste entre o quadro de juízo terrível e o da restauração.

Ageu:

Um dos três profetas pós-exílicos. Época: após os 70 anos de cativeiro na Babilônia. Data: 520- 518 AC. Ageu voltou com a primeira expedição dirigida por Zorobabel e Esdras, o escriba, no segundo ano do rei Dario (Ed.5:1;Ag.1:1).
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
Curso/Grau: BACHAREL
Sua missão era animar o povo na reconstrução do templo ( Ag.1:4-9 – Edificai a casa; 2:9 – A glória da Segunda casa).

Ageu, seu escritor, foi um profeta hebreu e contemporâneo de Esdras e Neemias. Sua mensagem foi de exortação e motivação a respeito da restauração de Jerusalém e seu Templo. Possui quatro principais mensagens de YHVH para os judeus que retornaram do exílio em Babilónia. São fortes repreensões devido ao descaso na reconstrução do Templo.
Escrito por volta do ano 520 a.C., cerca de 17 anos depois do retorno dos judeus do exílio, quando ainda não se completara a construção do Templo. O profeta Ageu, indicava que o povo estava se preocupando com as próprias vidas e esquecendo do principal - a casa de Deus . Este livro frisa a importância nas obras de Deus e que Ele deve estar sempre em primeiro lugar, na vida e nas obras das pessoas.
O Autor pode ser chamado " O Profeta do templo", provavelmente tenha nascido durante os setenta anos de exílio na Babilônia. Deve ter regressado a Jerusalém com Zorobabel.

Zacarias:

 Possivelmente nasceu na Babilônia e começou a profetizar ainda jovem ( Zc. 2:4) e pouco depois de Ageu, tornando-se seu companheiro. Profetizou animando o povo através de visões de um futuro glorioso.
Zacarias, cujo nome significa “YHVH se Lembra”, foi um dos chamados "profetas" pós – exílicos, um contemporâneo de Ageu. Com Ageu, ele foi chamado para despertar os judeus que retornaram, para completar a tarefa de reconstruir o templo de Jesusalém.(ver Esdras 6:14). Como filho de Baraquias, filhos de Ido, ele era de umas das famílias sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos de todos os profetas do AT, dado referências distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.
O "ministério" de Zacarias começou em 520 A.C., dois meses após Ageu haver completado sua profecia. A visão dos primeiros capítulos foi dada, aparentemente, enquanto o profeta ainda era um jovem (Zacarias 2:4). Os caps 7-8 ocorrem dois anos mais tarde, em 518 aC. A referência à Grécia em 9.13 pode indicar que os caps. 9-14 foram escritos depois de 480, quando a Grécia substituiu a Pérsia como o grande poder mundial. As profecias que abrangem o Livro de Zacarias foram reduzidas à escrita entre 520 e 475 aC.
Os exilados que retornaram à sua terra natal em 536 aC sob o decreto de Ciro, estavam entre os mais pobres dos judeus cativos. Cerca de cinqüenta mil pessoas retornaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e Josué. Rapidamente, reconstruíram o altar e iniciaram a construção do templo. Logo, todavia, a apatia se estabeleceu, à medida que eles foram cercados com a oposição dos vizinhos samaritanos, que, finalmente foram capazes de conseguir uma ordem do governo da Pérsia para interromper a construção. Durante cerca de doze anos a construção foi obstruída pelo desânimo e pela preocupação com outras atividades.
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
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Zacarias e Ageu "persuadiram o povo a voltar ao Senhor e aos seus propósitos para restaurar o templo". Zacarias "encorajou o povo de Deus indicando-lhe um dia, quando o Messias reinaria de um templo restaurado, numa cidade restaurada".
O livro começa com a veemente palavra de YHVH (O Deus dos judeus) para o povo se arrepender e se voltar novamente para seu Deus. O livro está repleto de referências de Zacarias à suposta "palavra do Senhor". O profeta não entrega sua própria mensagem, mas ele, "fielmente", transmite a mensagem dada, supostamente, a ele por seu Deus. O povo é chamado para se "arrepender de sua apatia e completar a tarefa que não foi terminada".
"Deus, então, assegura ao seu povo o seu amor e cuidado por eles, através de oito visões. A visão do homem e dos cavalos lembra ao povo o cuidado de Deus. A Visão dos quatros chifres e dos quatro ferreiros trazem à memória o julgamento de Deus. A Visão do homem com um cordel de medir, existe uma olhada apocalíptica na vele e pacífica cidade de Deus. A visão grandiosa do castiçal todo revestido de ouro entre os vasos de azeite assegura a Zorobabel que os propósitos de Deus serão cumpridos somente pelo seu Espírito. A visão do rolo voante emite o pronunciamento de Deus contra o furto e contra o juramento falso. A visão da mulher num efa significa a santidade de Deus e a remoção do pecado. A visão dos quatro carros retrata o soberano controle de Deus sobre a Terra". As visões "são seguidas por uma cena de coroação na qual Josué é coroado tanto como rei como sacerdote". Isso é considerado pelos crentes, poderosamente, um simbolismo da vinda do Messias".
Nos caps 7-9, "Deus usa a ocasião de uma questão sobre o jejum para reforçar sua ordem para justiça e juízo, para substituir as formalidades religiosas".
Os caps 9-14 contêm muita escatologia. (Estudos das últimas coisas).
Zacarias é, às vezes, referido como o mais messiânico de todos os livros do Antigo Testamento. Os caps 9-14 sãos as seções mais citadas dos profetas nas narrativas dos Evangelhos. No apocalipse, Zacarias é citado mais do que qualquer profeta, exceto Ezequiel.
Ele profetizou que o Messias virá:
·         Como o Servo do Senhor, o Renovo (Zacarias 3:8),
·         Como o homem cujo nome é Renovo (Zacarias 6:12),
·         Como Rei e como sacerdote (Zacarias 6:13),
·         Como o verdadeiro Pastor (Zacarias 11:4-11).
Ele dá um expressivo testemunho sobre a traição de Cristo por trinta moedas de prata (Zacarias 11:12-13), sua crucifixão (Zacarias 12:10), seus sofrimentos (Zacarias 13:7) e sua segunda vinda (Zacarias 14:4).
Duas referências a Cristo são consideradas pelos religiosos como de profundo significado. A entrada triunfante de Jesus em Jerusalém é descrita com detalhes em Zacarias 9:9, quatrocentos anos antes do acontecimento (ver Mateus 21:4; Marcos 11:7-10).
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
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Um dos versículos mais dramáticos das Escrituras proféticas é encontrado em Zacarias 12:10, quando, na maioria dos manuscritos a primeira pessoa é usada: "E olharão para mim, a quem traspassaram.". Jesus Cristo, acreditam os religiosos, pessoalmente, profetizou sua definitiva recepção pela cada de Davi.
O versículo mais freqüentemente citado do Antigo Testamento em referência ao chamado Espírito Santo é Zacarias 4:6. Zorobabel é confortado na segurança de:
1) que a reconstrução do templo não será por força militar ou por proeza humana, mas pelo ministério do Espírito Santo;
2) que o Espírito Santo removerá cada obstáculo que está no caminho, que impede a conclusão do templo de Deus.
Um triste comentário em Zacarias 7:12 recorda ao povo sua rebelião contra as palavras do Senhor pelos profetas. Palavras que teriam sido transmitidas pelo Espírito Santo.

Malaquias:

 Em Neemias lemos a última página da história do Antigo testamento; em Malaquias, lemos a última página da profecia do Antigo testamento. Ambos foram contemporâneos, durante a época do rei Artarxerxes. Profetizou cerca de 100 anos depois de Ageu e Zacarias, sendo o último dos profetas pós-exílicos. Nada se sabe da sua vida pessoal. Data: cerca de 435 a 425 AC. O assunto de reter os dízimos e as ofertas é tratado como roubo (Ne.13:10-12 com Ml. 3:8-10). Prediz a vinda de Elias (4:5), cumprida em João Batista (Mt.11-14). A última palavra do Antigo Testamento é maldição;

O Livro de Malaquias é um livro profético que faz descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias. Por ser um livro curto e de acordo com a catalogação, Malaquias é o último dos profetas menores, tendo sido escrito por volta do ano 430 a.C., sendo que o seu nome não é citado em mais nenhum livro da Bíblia.
O profeta Malaquias foi contemporâneo de Esdras e Neemias, no período após o exílio do povo judeu na Babilônia em que os muros de Jerusalém tinham sido já reconstruídos em 445 a.C., sendo necessário conduzir os israelitas da apatia religiosa aos princípios da lei mosaica.
Os megatemas tratados na obra seriam o amor de Deus, o pecado dos sacerdotes, o pecado do povo e a vinda do Senhor.
Nas últimas linhas deste livro do Antigo Testamento bíblico, vemos uma exortação de Deus às famílias: "converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos seus pais". No término do livro de Malaquias convida-se ao arrependimento da família como alicerce da sociedade.
Um outro tema tratado no livro de Malaquias refere-se às ofertas e aos dízimos, nos versos de 7 a 12 do capítulo 3, passagem esta que é muito utilizada com o objetivo de se justificar com amparo bíblico a contribuição da décima parte das rendas dos fiéis de uma organização religiosa.
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
Curso/Grau: BACHAREL
Embora o dízimo tenha sido reconhecido desde a época de Moisés, nos dias de Malaquias o povo havía ignorado o mandamento, enfraquecendo a instituição religiosa, isto é, a manutenção dos sacerdotes e do próprio templo.

Período Intertestamentário

O período interbíblico é um período muito importante e deve ser estudado com muita atenção.
A história do AT se encerrou com o cativeiro babilônico do reino do Sul (Judá) com o regresso à Palestina, por parte dos exilados, quando imperava a hegemonia Persa, por volta dos séculos VI e V a.C. e com o cativeiro imposto pela Assíria sobre o reino do Norte (Israel). Os 4 séculos entre o final da história do AT e os primórdios do NT compreendem o período intertestamentário, mais conhecido como os "400 anos de silêncio". Mas isto ocorreu por não haver reconhecimento dos registros feitos e por não existirem profetas como nos outros.

O Período Grego (331-167 a.C.)


Foi durante este período que Alexandre o Grande (Magno), se tornou o senhor do Antigo Oriente Médio, ao realizar sucessivas  vitoriosas e batalhas contra os persas (Grânico 334, Issus 333 e Arbela 331 a.C.). A cultura grega, mais conhecida como helênica, já vinha se propagando há tempos por causa do comércio e da colonização dos gregos. Porém, mediante as conquistas de Alexandre, o seu crescimento foi maior do que antes e com isso o idioma grego tornou-se a língua franca, utilizada no comércio e na diplomacia. Pode-se ver que na época do NT o grego era falado nas ruas de Roma, onde o proletariado falava o latim, porém a grande massa de escravos e libertos já falava o grego.
Alexandre fundou setenta cidades onde a cultura grega (helênica) prevaleceu por causa da mistura dos matrimônios realizados por ele e por seus soldados com mulheres orientais. Daí a mistura das culturas grega e oriental.
Alexandre transformou o mundo, politicamente, em menos de uma década. Ele é o chifre notável na visão do bode que Daniel teve, conforme Daniel 8.1-7.
Após a morte de Alexandre o seu império foi dividido entre os seus generais: Laomedon, Síria; Ptolomeu Lagus (Soter), Egito e Síria Meridional; Selêuco, Babilônia, Síria Setentrional, Ásia Menor e Frígia; Lisímaco, Trácia e parte ocidental da Ásia Menor; Cassandro, Grécia e Macedônia; já que não deixou herdeiros capazes para substituí-lo. O reino de Lisímaco durou pouco e foi incorporado ao território dos selêucidas. Três anos após a morte de Alexandre, Ptolomeu e Selêuco derrotaram Laomedon e dividiram o seu território e a Palestina ficou com Ptolomeu, a princípio, já que ficava no meio da briga entre os dois.

O Período Egípcio (321-198 a.C.)


Os Ptolomeus
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
Curso/Grau: BACHAREL

Foi uma das épocas mais longas do período intertestamentário. Depois de uma severa luta, em que a Palestina, que ficava situada entre Síria e Egito  juntamente com outra parte da Síria, ficou sob o domínio dos Ptolomeus e Roma anexou o Egito que foi o seu celeiro.
Por causa da sua posição geográfica, a Palestina sempre era favorecida pelos dois reinos, pois ambos fizeram de tudo para agradá-la.
O império ptolomaico tinha como capital Alexandria e nesta havia uma grande colônia de judeus.
O primeiro rei da linha ptolomaica foi Ptolomeu Soter. Ele capturou os judeus num sábado pois sabia que eles se recusavam a fazer qualquer tipo de esforço que pudesse profana-lo e que eram leais a Laomedon. Por isso, a princípio, tratou-os com dureza mas com o tempo tornou-se amigável.
O seu sucessor foi Ptolomeu Filadelfo, o qual teve o reinado destacado. Fundou a famosa biblioteca Alexandrina e conseqüentemente fez a tradução de todos os livros existentes para o grego, inclusive o mais importante para nós, as Escrituras, isto é, a LXX. Esta biblioteca conservou os principais tesouros literários da antigüidade. A cidade de Alexandria cresceu em importância e tornou-se num notável empório comercial e cultural.
Durante os três primeiros reinados ptolomaicos, os judeus cresceram em número e riqueza, desenvolveram o seu comércio que prosperou com a queda de Tiro, mas depois passou por grandes problemas com os demais reis.
Cleópatra, a última da dinastia dos Ptolomeus, morreu por volta de 30 a.C. Eis a linhagem dos Ptolomeus com suas respectivas datas de governo: Ptolomeu Soter 323-285; Ptolomeu Filadelfo 285-247; Ptolomeu Euergetes 247-222; Ptolomeu Filopatro 222-205; Ptolomeu Epifânio 205-181; Ptolomeu Filômetro 181-146; Ptolomeu Fiscon 146-117; Ptolomeu Soter II 117-107; Ptolomeu Alexandre I 107-90; Ptolomeu Soter III 89-81; Ptolomeu Alexandre 19 dias; Ptolomeu Dionísio 80-51; Ptolomeus XII e XIII com a rainha Cleópatra 51-43 (todos a.C.).

O Período Sírio (198-167 a.C.)


Os Selêucidas


O império selêucida estava concentrado na Síria e tinha a Antioquia como capital. Alguns eram chamados de selêucos e outros de antíocos. Foi nesta época que a Palestina se dividiu nas cinco províncias que constam no NT: Judéia, Samaria, Galiléia, Peréia e Tracônites.
À medida que os povos da Ásia Menor firmavam a sua independência e fundavam seus reinos, o domínio selêucida diminuía. Entretanto, na Síria, seu domínio era forte e sua influência muito poderosa nos negócios políticos da Palestina. Para conquistar a Palestina os selêucidas fizeram várias tentativas, entre elas, alianças matrimoniais e invasões, porém fracassaram até que Antíoco III o Grande, derrotou o Egito em 198 a.C., e em dois anos conseguiu o domínio da Palestina. Com isto os judeus se dividiram em dois grupos: um a favor do Egito (casa de Onias) e outro a favor da Síria (casa de Tobias).
Em 175 a.C. Antíoco IV Epifânio assumiu o reinado, após passar 12 anos como prisioneiro político de Roma. Trouxe consigo a cultura grega e o legalismo romano e, assim que chegou, estabeleceu o politeísmo grego como religião estatal.
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Introdução e Análise do Antigo Testamento
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Os judeus foram simpáticos à helenização por causa do sacerdócio corrupto que existia. Foi assim que Antíoco Epifânio tirou Onias III do sacerdócio e colocou Josão, seu irmão, no lugar. Josão pediu a cidadania antioquense para os judeus e como conseqüência pagaria largas somas para o tesouro real e introduziria os costumes gregos em Jerusalém.
Nesta época construíram um ginásio em Jerusalém muito perto do Templo, o qual tinha uma pista adjacente, onde os rapazes judeus se exercitavam despidos à moda grega e os sacerdotes deixavam o culto para assistirem aos jogos. Josão participou dos jogos em honra ao Deus sírio Melcarte, enviou dádivas e oferendas e estas ajudaram na construção da armada Síria.
Tudo isto fazia parte do processo de helenização, o qual também contava com a freqüência aos teatros gregos, adoções de vestes ao estilo grego, cirurgia que visava a remoção das marcas da circuncisão e a mudança dos nomes hebreus para o grego (veja o filme Judá Ben-Hur).

Por ordem de Antíoco, quando invadia o Egito, Josão perdeu o cargo para Menelau.
Josão ouviu que Antíoco morrera e por isso voltou da Transjordânia, onde se refugiara e tomou o cargo de sumo sacerdote novamente. Entretanto Antíoco foi obrigado a retirar-se, porque não conseguiu uma aliança com os romanos. Voltou para Jerusalém, devolveu o cargo a Menelau, matou muitos à espada, vendeu muitos judeus como escravos, destruiu as muralhas, roubou o Templo e o transformou numa casa de culto a Zeus Olímpico, colocou uma imagem dele no altar e sacrificou uma porca, profanando-o. O mesmo aconteceu com o templo de Samaria, o qual foi dedicado ao Deus Júpiter Xênio.
Vários altares pagãos foram erigidos em toda Palestina e tornou-se obrigatório a realização de festivais pagãos. O judaísmo, o sábado, a procissão, ter ou ler a Torá, tornaram-se proibidos e quem transgredisse a lei era condenado à morte.

Em 171 a.C. Antíoco Epifânio (o “pequeno chifre” de Dn. 8.9: “De um deles saiu um pequeno chifre, que logo cresceu em poder na direção do sul, do leste e da Terra Magnífica.” (NVI)), depois de repetidas interferências com o templo e o sacerdócio, saqueou Jerusalém, profanou o Templo e matou muitos dos seus habitantes.
Em 168 a.C., Antíoco ofereceu uma porca sobre o grande altar e erigiu um altar a Júpiter. Esta é a “desolação” de (Dn. 8.13: “Então ouvi dois anjos conversando, e um deles perguntou ao outro: “Quanto tempo durarão os acontecimentos anunciados por esta visão? Até quando será suprimido o sacrifício diário e a rebelião devastadora prevalecerá? Até quando o santuário e o exército ficarão entregues ao poder do chifre e serão pisoteados?.” (NVI)). O culto do Templo foi proibido; o povo foi condenado a comer carne de porco.

Por volta deste período, enviou Apolônio, seu general, com um exército de 122.000 homens para coletar tributos, tornar ilegal o judaísmo e estabelecer o paganismo à força, como uma forma de consolidar o seu império e refazer o seu tesouro. Destruiu Jerusalém mais uma vez e assassinou a muitos.

Jerusalém passou a ter cultos ao Deus do vinho, Baco, sacrifícios de animais no altar do Templo condenados por Moisés e a prostituição passou a ser realizada dentro do Templo de Jerusalém. Isto ficou sendo tolerado até que os Macabeus se revoltaram através do seu sumo sacerdote Judas Matatias.
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Da mesma forma que os Ptolomeus, eis a linhagem dos reis selêucidas com as suas respectivas datas: Selêuco Nicator 312-280; Antíoco Soter 280-261; Antíoco Teos 261-246; Selêuco Calínico 246-226; Selêuco Ceranus 226-223; Antíoco, o Grande 223-187; Selêuco Filopatro 187-175; Antíoco Epifânio 175-163; Antíoco Eupatro 163-162; Demétrio Soter 162-150; Alexandre Balas 150-146; Demétrio Nicator 146-144; Antíoco Teos 144-142; Usurpador Trifão 142-137; Antíoco Sidetes 137-128; Demétrio II 128-125; Selêuco V 125-124; Antíoco Gripo 124-96; Selêuco Epifânio 95-93; (todos a.C.).

O Período Hasmoneu (167-37 a.C.)


Os Macabeus
Quando um agente do rei foi à cidade de Modin obrigar o povo a oferecer sacrifícios pagãos, procurou Matatias que era um velho sacerdote da aldeia e ofereceu-lhe uma recompensa para que fosse o primeiro a obedecer as ordens. Sua intenção era fazer com que o povo visse Matatias, o velho sacerdote e o mais respeitado habitante da aldeia, cumprindo as ordens do rei e imita-lo. Entretanto Matatias não aceitou e protestou. Um judeu se aproximou do altar para oferecer o sacrifício e Matatias o matou junto ao altar. Aproveitando o ensejo, matou o agente do rei e demoliu o altar declarando que era profanação à Lei de Deus.
Matatias e seus cinco filhos fugiram para o deserto onde outros aderiram à causa. Várias guerras surgiram, Matatias morreu pouco depois e foi sepultado em Modin.
Seu filho, Judas Macabeu, nome derivado de martelo ou malho deu continuidade às guerras. Apesar de perderem mais uma batalha, venceram os sírios três vezes. Numa delas, contra o general Lísias, expulsaram os intrusos de Jerusalém, iniciaram a purificação do Templo de Jerusalém e a execução de um novo altar. Fez um culto de rededicação do Templo e estabeleceu uma festa (hK;nux - dedicação, inauguração) para comemorar a vitória. Um fato curioso é que esta festa se deu pelo dia 25 de dezembro, conforme podemos ver em I Macabeus 4.36-61.
Judas completou a sua vitória conquistando as terras que ficavam a leste do Jordão e conservou a Palestina na sua independência, mas morreu em combate, foi sucedido pelo seu irmão Jônatas e, posteriormente, por Simão.
Houve guerra até o ano 143 a.C., quando Jônatas foi reconhecido por Demétrio II, pretendente à coroa Síria, como aliado e por isso recebeu a liberdade política, a isenção de todos os impostos presentes e futuros. Foi ele quem conseguiu a independência da Judéia e o término das lutas dos Macabeus, acabando com a influência dos selêucidas na Palestina.
Jônatas tornou-se sumo sacerdote e uniu as autoridades, religiosa e política, na sua pessoa, dando início à linhagem dos Hasmoneus, que vem de Hasmon, tataravô dos Macabeus.
Em 139 a.C. acertou um tratado com Roma que reconhecia a independência do estado judaico e recomendava-o à amizade dos súditos e aliados de Roma. Com isto as condições econômicas melhoraram, a justiça passou a ser administrada por tribunais e a vida religiosa começou a se despertar.
Entre 142 e 137 a.C., a dinastia hasmoneana esteve repleta de contendas internas por causa da ambição pelo poder. Numa dessas contendas Jônatas foi traído, assassinado e foi sucedido por Simão.
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Simão mandou nivelar a montanha próxima de Jerusalém na qual havia ficado uma guarnição Síria. Apesar de ser amado por todos foi assassinado juntamente com dois filhos seus, pelo seu genro que cobiçava o sumo sacerdócio.
 Entretanto foi João Hircano, seu outro filho, que assumiu o sacerdócio. Este foi tão notável que muitos atribuem a dinastia hasmoneana começando com ele. Reinou durante 29 anos e fez um próspero reinado, morrendo em 106 a.C. Após a sua morte a dinastia hasmoneana viveu sob muitas contendas partidárias e a independência judaica foi ameaçada até a intervenção de Roma. Por causa dessas contendas surgiram os grupos: essênios, fariseus e saduceus e outros conhecidos através das narrativas dos Evangelhos. Os Herodianos eram um partido político mais do que uma seita.
João Hircano teve um filho chamado de Aristóbulo que o sucedeu. Este aprisionou três de seus irmãos, matou o quarto e além de prender a sua mãe, a deixou morrer de fome. Deixou como herdeiro um filho com o seu nome e outro chamado Hircano. Nesta época aparece Herodes, por intermédio de seu pai Antípater, juntamente com o domínio romano do general Pompeu. De agora em diante os relatos estão relacionados à época em que Cristo nasceu e dentro do contexto do NT.

Quando Jesus chegou, ao 1º Século da Palestina, no tempo da PAX ROMANA sob o império Romano de Tibério e Augustus, ele estava pensando em uma outra paz, em um outro império, para aquele seu tempo.
Nesse cenário Jesus proclamaria um Reino mais poderoso que o romano e falaria de um mundo salvo não por um homem que se torna Deus (tal como Augustus ou Tiberius), mas por um Deus que torna homem. (Archibald Hunter, Introducing New Testament Theology).



A paz do Senhor e um forte abraço.

Pr. Adriano de Souza
Questionário:

1 - Quais os livros que compõe o chamado Pentateuco e quem foi seu autor?
2 – Escreva o autor, tema, data e conteúdo  de cada livro histórico?
3 – Quantos e quais foram os Juízes que julgaram Israel no livro de Juízes?
4 – Quem foi o primeiro rei de Israel e por que foi rejeitado?
5 – Quais são os livros chamados poéticos?
6 – O que significa o título ‘ Salmos’?
7 – Em quantas partes são divididos os livros Poéticos e quais são eles?
8 – Quanto tempo durou o exílio de Judá na Babilônia?
9 – Quais os profetas que profetizaram após o exílio?
10 - Quais são os livros históricos que contam a história da reconstrução do templo e dos Muros de Jerusalém?


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Bibliografia

RENATO GUZZO, ANTÔNIO, Panorama histórico de Israel para Estudantes da Bíblia, 1ª ed. A.D. Santos Editora,2003.
PEARLMAN, MYER, Através da Bíblia Livro por Livro, 18ª impressão, Editora Vida, 1996.
CHAMPLIN, RUSSEL NORMAN, O Antigo Testamento interpretado: versículo por versículo: dicionário - M-Z / volume 7 / por Russel Norman Champlin. 2.ed.-São Paulo: Hagnos, 2001.
UNGER, Merril F. Arqueologia do Velho Testamento. Trad. de Yolanda M. Krievin. SP: Imprensa Batista Regular, 1989.
HARRIS, R. Laird (Org.). Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Trad. de Márcio Loureiro Redondo, Luiz Alberto T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. SP: Vida Nova, 1998.
http://www.ifcs.ufrj.br/~frazao/cronologia.htm
Ekipédia, a eniclopédia livre.
http://www.tione.h-br.com/IBAT_arquivos/Page798.htm

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