terça-feira, 11 de novembro de 2014

LIÇÃO 07 – INTEGRIDADE EM TEMPOS DE CRISE - 4º TRIMESTRE 2014


                                                         
                                




                                                           INTRODUÇÃO
O profeta Daniel foi um homem de Deus íntegro e um funcionário excelente e fiel. Sua dedicação e capacidade
despertavam inveja por parte daqueles que trabalhavam com ele, mas que não suportavam sua prosperidade. Esses tais,
tramaram a morte do homem de Deus, incitando o rei a criar um decreto que lhe proibisse orar ao Deus do céu. Para
Daniel, era preferível morrer que viver sem orar. Logo, por não obedecer ao decreto real, o profeta judeu foi lançado
numa cova com leões para ser morto, todavia, o seu Deus, proporcionou-lhe um grande livramento.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA INTEGRIDADE
O dicionário Aurélio diz que esta palavra significa: “qualidade de íntegro; inteireza. Retidão, imparcialidade.
Inocência, pureza, castidade” (FERREIRA, 2004, p. 1116). “A integridade refere-se a higidez (saúde) moral, a condição
daqueles que são possuidores de um autêntico caráter moral, em contraste com aqueles cuja natureza inclui o engodo, a
astúcia e a malícia. O trecho de Gn 25.27 faz a comparação entre Jacó e Esaú. Jacó aparece ali como um homem integro;
mas Esaú descrito como um homem dotado de habilidades violentas. Em Tito 2.7, a palavra grega aphthoria (palavra que
só se acha por uma vez em todo o Novo Testamento), que nossa versão portuguesa traduz por “integridade”, em algumas
outras versões aparece como “incorruptibilidade” ou “sanidade”. Ali, essa virtude aparece como uma das qualidades que
os líderes das igrejas cristãs devem possuir. Com toda a razão, podemos pensar que temos aí um aspecto do fruto do
Espírito Santo em nossas vidas, embora, tal virtude não seja especificamente mencionada na lista de Gálatas 5.22,23. Mas
Jesus ensinou claramente esse principio, conforme se vê em Mt 6.1-6. Para nós, povo de Deus, a integridade envolve a
honestidade a retidão, a higidez de caráter e uma espiritualidade da mais pura qualidade que evita e foge da corrupção”
(CHAMPLIN, p. 347, 2004 – acréscimo nosso).

II – DANIEL, UM FUNCIONÁRIO ÍNTEGRO
Uma das primeiras responsabilidades de Dario foi reorganizar o reino da Babilônia recentemente conquistado
(Dn 6.1-2). A Bíblia diz que Ele nomeou 120 sátrapas para governar o reino e colocou-os sob as ordens de três
administradores, um dos quais era Daniel (Dn 3.2). “Os sátrapas eram responsáveis diante destes três presidentes ou
administradores, talvez 40 sátrapas para cada presidente” (CHAMPLIN, 2001, p. 3398).

2.1 A competência de Daniel (Dn 6.3). Desde a sua chegada a Babilônia até os últimos dias da sua vida, Daniel se
mostrou um servo competente (Dn 1.20,21). “Neste tempo, ele contava mais ou menos 88 anos de idade. O jovem
esforçado, fiel e corajoso do primeiro capítulo é o idoso esforçado, fiel e corajoso deste capítulo” (BOYER, 2009, p. 52).
Ele conseguiu crescer profissionalmente devido a graça de Deus e a sua presteza aos seus patrões (Dn 1.17,20; 2.48,49;
5.29; 6.3,28). “Durante um período de quase setenta anos, Daniel serviu a seis governadores babilônios e a d dois persas.
No governo de três deles (Nabucodonosor, Belsazar e Dario) foi elevado a primeiro-ministro. Ocupou essa função durante
o cativeiro final de Judá e o regresso dos cativos” (ELLISEN, 2012, p. 258).

2.2 A excelência de Daniel (Dn 6.3-a). O texto bíblico deixa claro que Daniel era preterido pelo rei Dario em relação aos
outros funcionários “porque nele havia um espírito excelente” (Dn 6.3). A palavra “espírito” no hebraico “ruah” tem
vários significados e nesse contexto “é usado para aludir àquilo que habilita o homem a fazer determinado trabalho ou
que representa a essência de uma qualidade humana” (VINE, 2002, p. 114). Por sua vez, a expressão subsequente
“excelente” segundo o Aurélio quer dizer “que é muito bom” (FERREIRA, 2004, p. 850). Esta virtude destaca-se na vida
desse nobre servo de Deus (Dn 1.17; 4.8; 5.12,14).


2.2 A excelência de Daniel (Dn 6.3-a). O texto bíblico deixa claro que Daniel era preterido pelo rei Dario em relação aos
outros funcionários “porque nele havia um espírito excelente” (Dn 6.3). A palavra “espírito” no hebraico “ruah” tem
vários significados e nesse contexto “é usado para aludir àquilo que habilita o homem a fazer determinado trabalho ou
que representa a essência de uma qualidade humana” (VINE, 2002, p. 114). Por sua vez, a expressão subsequente
“excelente” segundo o Aurélio quer dizer “que é muito bom” (FERREIRA, 2004, p. 850). Esta virtude destaca-se na vida
desse nobre servo de Deus (Dn 1.17; 4.8; 5.12,14).

2.3 A fidelidade de Daniel (Dn 6.3,4). A forma com a qual Daniel se comportava na função que lhe foi confiada, rendeulhe
grande admiração e confiança por parte do rei Dario, que pensava colocá-lo sobre todo o reino (Dn 6.3). Sua
fidelidade era uma virtude extremamente destacável na função que exercia (Dn 6.4). Segundo o Aurélio a palavra “fiel”
significa: “que cumpre aquilo a que se obriga; leal; honrado; íntegro” (FERREIRA, 2004, p. 894). “O homem pode se
mostrar “fiel” em suas relações com os membros da raça humana (I Sm 26.23). Mas, geralmente, a Pessoa a quem se é
“fiel” é o próprio Senhor (II Cr 19.9)” (VINE, 2002, p. 128). Biblicamente, podemos destacar quais as testemunhas que
atestam a integridade de Daniel: (1) Os funcionários que com ele trabalhavam (Dn 6.4); (2) o rei Dario (Dn 6.3,4; 16-20);

(3) o próprio Daniel sabia que servia a Deus com fidelidade (Dn 6.22); e, (4) o Deus de Daniel atestou isso dando-lhe
livramento (Dn 6.22,23). Daniel era fiel em tudo que fazia, tanto para o rei como para Deus. Por isso, foi perseguido, mas
triunfou. A Bíblia nos orienta a procedermos de igual modo (Ef 6.5,6; Cl 3.22; I Tm 6.1; Tt 2.9; I Pe 2.18).

III – CAUSAS DO ÓDIO DOS FUNCIONÁRIOS A DANIEL

3.1 Porque era um judeu assumindo um cargo na Babilônia (Dn 6.1-3).Para aqueles que exerciam funções na
Babilônia, ver um judeu sendo benquisto, prosperando e recebendo altos cargos era inadmissível (Dn 1.19,20; Dn 3.12).
“Tratava-se de mais um caso de antissemitismo (sentimento contrário ao povo judeu), um pecado terrível encontrado nas
Escrituras desde os dias do Faraó até o fim dos tempos (Ap 12). Ao que parece, esses oficiais não sabiam da aliança entre
Deus e Abraão, que prometia abençoar quem abençoasse os judeus e amaldiçoar quem os amaldiçoasse (Gn 12.1-3).
Quando esses homens começaram a atacar Daniel, estavam atraindo sobre si o juízo de Deus” (WIERSBE, 2004, p. 342).

3.2 Porque lhe tinham inveja (Dn 6.3). Enquanto Daniel estava entre os três presidentes que monitoravam os cento e
vinte sátrapas tudo estava em paz. Todavia, quando o rei Dario vendo que Daniel destacava-se entre eles, e, com isso,
intentou colocá-lo acima dos outros presidentes o ódio aflorou (Dn 6.3-5). A inveja podia corroer-lhes os ossos
(Pv 14.30). Este sentimento é a tendência de observar com desprazer o bem alheio. Inveja é um misto de ódio, desgosto e
pesar pelo bem e felicidade de outrem; é o desejo violento de possuir o bem do próximo (Jó 5.2; Pv 14.30; Ec 4.4; Is
11.13; Ez 35.11). É o que sentiam aqueles homens em relação a Daniel (Dn 6.4).

3.3 Porque era um administrador fiel (Dn 6.4). Nada pior para servos infíéis que serem liderados por um servo fiel. A
expressão “para que o rei não sofresse dano” (Dn 6.2-b), dá a entender que Dario estava desconfiando de corrupção
entre os seus funcionários. Por isso, nomeou Daniel acima deles, porque esse era fiel. “Os outros líderes ficaram
exasperados quando souberam desse plano e tentaram, sem sucesso, encontrar alguma falha no trabalho de Daniel.
Tinham vários motivos para opor-se a Daniel, inclusive a mais pura inveja, mas sua principal preocupação era financeira.
Sabiam que com Daniel no comando não teriam oportunidade de usar seus cargos em beneficio próprio e perderiam
aquilo que ganhavam pela corrupção” (WIERSBE, 2004, p. 342).

IV – O DECRETO REAL E A POSTURA FIRME DE DANIEL
Os funcionários tramaram uma conspiração com base na fidelidade de Daniel à lei do seu Deus. A estratégia foi
convencer o rei Dario a baixar um decreto que proibisse qualquer pessoa a fazer uma petição a qualquer deus, que não
fosse o próprio rei (Dn 6.5-8). “A sugestão, tomada de maneira falsa, tinha como objetivo envaidecer o ego do rei e dar
uma expressão a sua nova autoridade. Tal mostra de lealdade da parte dos seus funcionários civis seria muito bem-vinda,
sem dúvida, para aquele que durante sua vida vivia da própria glória. Os antigos césares arrogavam também para si
adoração divina e sob pena de morte que sofreria aquele que se recusasse a adorá-los” (SILVA, 1986, p. 106).

4.1 O edito real e a pena capital promulgada por Dario (Dn 6.9,10). O Aurélio diz que um decreto é uma
“determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior” (FERREIRA, 2004, p. 608). Diante
disto, orar a Deus e não ao rei era estar em desobediência civil a autoridade constituída. É necessário entender que é uma
recomendação bíblica de que o servo de Deus esteja sujeito a autoridade (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-25; Rm 13.1-7;
I Tm 2.1,2; I Pe 2.17). Contudo, quando a autoridade cria leis e decretos que se confrontam com a Palavra de Deus,
devemos preferir a vontade soberana do Senhor, tal qual fez Daniel (Dn 6.9,10). Influenciado pelos seus funcionários
Dario acrescentou junto ao edito uma punição, que quem desobedecesse seria lançado na cova dos leões. “Tem sido
interpretado que, a “cova dos leões” onde Daniel foi lançado, tinha duas entradas: a primeira era uma especie de “ rampa”
pela qual os animais entravam e a segunda uma especie de “buraco”, na extremidade superior, pelo qual os animais eram
alimentados. Para que a entrada da cova não fosse violada, o rei mandou que trouxessem o selo real (o anel) e o selo de
seus grandes, selando assim a pedra (Js 10.16; Dn 6.17; Mt 27.66)” (SILVA, 1986, pp. 117,118 – acréscimo nosso) .

4.2 A postura de Daniel e o livramento de Deus (Dn 6.10,21-23). Ao ficar sabendo do edito real e da proibição, Daniel
agiu com firmeza, não se intimidando com a sentença. A coragem deste homem é um desafio para todos nós. Ele estava
pronto a colocar os interesses de Deus em primeiro lugar e a sua própria segurança em segundo. Por amor do seu
testemunho, estava pronto a enfrentar a cova dos leões famintos. Ou seja, ele preferiu morrer que perder o contato com o
seu Deus por meio da oração. “Daniel, o grande servo de Deus, foi inspirado na oração de Salomão (1 Rs 8.46-49a), a
exemplo do salmista, orava de manhã, ao meio-dia e a tarde. Isto é, 9h, 12h, 15h, respectivamente (Sl 55.17)”
(SILVA, 1986, p. 114). Seus colegas de trabalho o entregaram a Dario como um transgressor do edito real, induzindo o
rei a cumprir com a pena determinada, o que Dario fez com muito pesar (Dn 6.12-18; At 5.29). Daniel foi lançado na
cova dos leões para ser morto, contudo, Deus viu a sua inocência e lhe proporcionou um grande livramento (Dn 6.12-23).
Dario, percebeu a maldade dos que lhe influenciaram contra Daniel, sentenciou-lhes a morte na cova dos leões (Dn 6.24).

                                                            CONCLUSÃO
Daniel não somente nos deixa um legado espiritual por ser um fiel servo de Deus, como também nos dá o
exemplo de um profissional capaz, excelente e exato. Ele sofreu inveja por parte daqueles que com ele trabalhavam, que
por causa do seu êxito e compromisso tramaram a sua morte. Todavia, este servo de Deus manteve-se firme e leal,
experimentando assim do livramento, da honra e da prosperidade divina em todas as áreas da sua vida (Dn 6.26-28).

REFERÊNCIAS
 CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
 SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD

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